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A aquisição da Dresser Rand em 2014 por parte da Siemens como forma de reforçar seu posicionamento no mercado de óleo e gás agregou uma nova oportunidade de negócios para a companhia. É que cerca de três anos antes a Guascor havia sido incorporada pela primeira empresa e com ela a sua experiência em geração distribuída desembarcava no portfólio da multinacional alemã que visa, agora em 2018, ter pelo menos uma usina instalada para a geração de energia dentro de um cliente em um modelo de negócio inédito até então para a companhia.
De acordo com o diretor executivo das divisões PG e PS da Siemens, Armando Juliani, o foco agora é atender a uma demanda industrial por autoprodução de energia. Entre os motivos estão os preços do mercado livre em elevação e até mesmo a existência de excedentes de vapor ou gás dentro dessas indústrias que podem ser aproveitados, e assim, gerar mais eficiência com os recursos disponíveis.
A novidade dentro da Siemens é que tomando o modelo de negócios que a Guascor aplicava, a companhia alemã agora faz o investimento na planta e opera a central tendo como pagamento com base no volume de energia gerada. “Miramos no que vimos e acertamos no que não víamos, já que a Guascor, que era da Dresser Rand, tinha esse modelo de negócios, que aqui no Brasil estava em funcionamento, principalmente, nos sistemas isolados da Região Norte”, resumiu o executivo.
Juliani explicou que agora o escopo de atuação foi ampliado e a meta é de atender a essa demanda de grandes consumidores. A empresa ampliou a gama de possibilidades e atende não somente com sua área de turbinas a gás ou vapor. Essa opção pode ser feita também, por exemplo, com a fonte eólica, já que a multinacional tem em seu portfólio a Siemens Gamesa. “A fonte depende do modelo que nosso cliente deseja, pois existem empresas que desejam um fonte específica para atender a sua demanda”, disse ele.
Ele defende que não há um nicho de mercado para a aplicação da solução. Contudo, a tendência é de que haja mais projetos nas chamadas indústrias de processos, onde a disponibilidade de insumos como gás e vapor são mais comuns. E aproveitou ainda para indicar que nos planos de aplicação dessa solução está a possibilidade de em parceria com outras divisões da empresa ao atuar em baixa tensão e assim atender a outros centros de alta demanda por energia como aeroportos e shoppings.
“Identificamos um potencial grande para esse modelo de negócio. Estamos desenvolvendo diversos projetos e a tendência é de que até o final deste ano tenhamos pelo menos um em operação. A partir de então acredito que poderemos expandir mais o negócio”, revelou ele sem revelar detalhes da operação.
Esse modelo, explicou entra dentro da estrutura da Siemens como geração distribuída, mas não na lógica da legislação brasileira e sim na definição mundial que considera esse formato potências instaladas de até 100 MW ante os 5 MW da resolução da Aneel no. 482/2012 e sua atualização, a 687/2015.
Juliani lembra ainda que os clientes que procuram por esse tipo de solução têm o beneficio de não precisar investir em uma planta de geração própria. Ao mesmo tempo buscam estabilidade no fornecimento do insumo, que a depender de seu campo de atuação é importante que não tenha variações.
Base térmica
 Ainda nesse sentido, o diretor comentou que a fonte térmica a gás no Brasil ainda deverá ter uma vida relativamente longa. Até porque as turbinas estão cada vez mais eficientes. Segundo ele, em 20 anos a Siemens melhorou esse indicador de 42% para 62% para os equipamentos que são fabricados para operar na base, as chamadas heavy duty. Mesmo com o avanço rápido das renováveis e a presença e outras modalidades de geração, mas com predominância da hídrica, a questão que deve ser avaliada é a segurança de se depender da variabilidade climática.
Ele reconhece que a tecnologia, principalmente da eólica e da solar, vem avançando rapidamente, contudo é necessário que haja uma forma de gerar energia na base que possua capacidade de ser despachada quando necessário. Por isso, vê na fonte térmica o gás como a resposta a esse problema de dar a confiança de uma matriz estável. “Só não estamos em crise de abastecimento porque vivemos uma grande crise nos últimos dois anos que derrubou a demanda por energia, pois os nossos reservatórios não se recuperaram mesmo com menor consumo”, lembrou Juliani.
Mas concordou que o mundo todo passa por uma transição no setor energético. E para atender a esse momento, continuou, talvez o carvão já seja inviável do ponto de vista econômico e ambiental, um ponto em que o gás ainda não chegou. “Vemos que há uma janela de oportunidade na geração térmica, mas não que seremos um país de usinas dessa modalidade”, finalizou.