Os filiados da Associação Brasileira de Energia Eólica elegeram na última quarta-feira, 25 de abril, os membros dos conselhos de administração e fiscal para o exercício do triênio 2018-2020. A principal meta será preparar a ABEEólica para encarar as mudanças pelas quais está passando o setor elétrico brasileiro, contou Renato Volponi, eleito presidente do conselho de administração, em entrevista à Agência CanalEnergia.

Ele disse que as mudanças ocorrerão em todas as áreas como a forma de comercializar a energia renovável. Por isso, ele acredita que uma das primeiras tarefas seja aprimorar o conhecimento para tomar melhores decisões estratégicas para o desenvolvimento eólico. “Vamos criar massa crítica para ter sugestões de valor para poder levar ao governo, à agência reguladora, para que a energia eólica ocupe seu lugar”, ponderou.

Durante seu mandato, ele quer melhorar o alinhamento entre conselho e diretoria, reforçando o trabalho em conjunto, ao mesmo tempo que se coloque mais claro o papel de cada instância. “Uma questão é ter o conselho mais coeso e profissional e mais próximo da diretoria. Vamos reforçar essa parceria, pois temos uma diretoria muito valiosa”, observou Volponi.

O executivo vê com otimismo o futuro da fonte eólica no Brasil, mas reconhece que o seu crescimento depende da retomada da economia, e como consequência, do consumo de energia. “O timing de exploração desse enorme potencial que temos depende do crescimento do país”, frisou. Volponi vê também no desenvolvimento tecnológico outra base para o crescimento da fonte, principalmente, de sistemas de armazenamento. Isso pode permitir um desenvolvimento da matriz energética mais calcado nas fontes renováveis, sem a necessidade de outras fontes flexíveis para a base.

No horizonte próximo da ABEEólica está o leilão A-6, previsto para o dia 31 de agosto. O leilão que pode trazer boas perspectivas de contratação e preço, também traz insegurança ao segmento, pois introduz uma mudança na forma de contratação das eólicas, agora com contratos de quantidade, e não por disponibilidade, como foi feito até agora. Para Volponi, essa mudança agora aumenta os riscos do negócio, já que os empreendedores não conhecem os termos do novo contrato e terão pouco tempo para analisar os impactos.

“Temos muito pouco tempo para trabalhar essas informações”, apontou o executivo, acrescentando que ainda não se sabe como será contada a energia se de forma acumulada ou horária, por exemplo. Ele aponta ainda a adoção do preço-horário, ano que vem, como outra incógnita no impacto sobre a forma de contratação. “Não somos contra [a adoção da contratação por quantidade], mas precisamos saber como se dará, para podermos precificar isso. Risco é preço. E tempos pouco tempo”, reforçou.

Ele aposta que o leilão terá uma contratação melhor, mas o preço dependerá da estratégia dos empreendedores, que vêm adotando o mix de contratos para maximizar o valor de seus empreendimentos, com venda de energia, não só em um leilão apenas, mas também no mercado livre e para autoprodução. Veja abaixo a composição dos conselhos de administração e fiscal para o triênio 2018-2020:

Conselho de Administração
Renato Volponi (EDP Renováveis) – Presidente do Conselho de Administração
Adelson Ferraz (Brennand)
Afonso Carlos Aguilar (Alubar)
Alexandre Sarnes Negrão (Aeris)
Anna Paula Pacheco (Enel Green Power)
Carlos Longo Cardoso Dias (AES Tietê)
Edgard Corrochano (Echoenergia)
Edson Silva (Engie)
Eric Rodrigues Gomes (Vestas)
Fernando Elias Silva Sé (Casa dos Ventos)
Fernando Mano (CPFL Renováveis)
João Paulo Gualberto da Silva (WEG)
Laura Porto (Neoenergia)
Marcos Ferreira Meirelles (Rio Energy)
Mauro Bittencourt (Siemens-Gamesa)
Robert Klein (Voltalia)
Roberto Lobo Miranda (T.E.N Torres Eólicas do Nordeste)
Rosana Rodrigues dos Santos (GE)
Sergio Azevedo (Dois A Engenharia)

Conselho Fiscal
Renobrax Energias Renováveis Ltda.
Pedro Schuch Mallmann (titular)
Otávio Marshall (suplente)

Serveng
Rafael Coimbra Moreira (titular)
Alfredo Chaguri Neto (suplente)

Kintech
Alejandro Blanco Garcia (titular)
Karlheinz Huscher Cirne (suplente)