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A AES Tietê e a Rio Paranapanema verão seus perfis de crédito em sentidos opostos ao passo que adotam em estratégias de crescimento distintas. A primeira deverá apresentar uma velocidade de crescimento mais rápido em geração renovável que irá aprimorar seu perfil de negócio, mas que requer um volume maior de dívida para financiar os investimentos pelos próximos 3 a 4 anos. Já a segunda permanecerá mais exposta ao risco hidrológico e a decisões desfavoráveis em disputas judiciais. Essa é a avaliação contida em um relatório da agência de classificação de risco Moody’s.
Apesar desse cenário negativo a agência aponta que a China Three Gorges Corporation, seu controlador final, permaneça comprometida com fortes indicadores de crédito para a empresa no caso de volatilidade do fluxo de caixa.O fato da geradora no rio Paranapanema deter contratos de fornecimento de longo prazo mediante baixa necessidade de capital é considerado uma métrica robusta.
O risco de decisão negativa em disputas legais sobre obrigações contratuais é menor para a AES Tietê. As exigências contratuais pendentes com o estado de São Paulo obrigam a empresa a aumentar sua capacidade de geração de energia no estado em 15%. “Acreditamos que a AES Tietê está bem posicionada para evitar uma decisão negativa, pois com suas novas aquisições, 80% da exigência foi atendida”, apontou a Moody’s.
Contudo, a agência considera que as questões relacionadas à exposição hidrológica é negativo para ambos. A agência espera que a AES Tietê e a Paranapanema tenham que efetuar pagamentos de R$ 700 milhões a R$ 800 milhões em 2018 para liquidar as compras de energia no mercado à vista. Mas suas reservas de liquidez após as recentes emissões de dívida são suficientes para cobrir os custos.
A Moody’s lembra que ambas as empresas têm perfis semelhantes de venda de energia, mas o risco de reprecificação é menor para a Paranapanema. A AES Tietê é maior, com uma capacidade instalada de 3.044 MW, comparada aos 2.274 MW do Paranapanema, entretanto, vendem sua energia hidrelétrica principalmente para o mercado livre. Os contratos da Paranapanema têm um prazo médio de 3 a 5 anos, acima da média de 2 a 5 anos da AES Tietê.