No intuito de adequar a liberação de água dos reservatórios do país em função das necessidades de cada região, a Agência Nacional de Águas determinou, após reunião da Sala de Crise do Rio São Francisco, que a Chesf passe a praticar uma defluência média mensal de 600m³/s no Reservatório de Xingó, ao invés dos 550m³/s que vinham sendo praticados desde outubro de 2017. A bacia do São Francisco passa por seca desde 2012, o que representa o maior período contínuo do fenômeno já registrado na região.

A medida está em vigor desde a última terça-feira, 1º de maio, e a liberação de mais água pela barragem da UHE Xingó (AL/SE) para o Baixo São Francisco beneficiará municípios alagoanos e sergipanos perto da foz do Velho Chico.

Conforme pactuado na reunião, a operação será realizada com uma defluência média diária de no mínimo 550m³/s nos fins de semana e feriados. Para os dias úteis, a liberação mínima média diária será de 690m³/s das 10h às 22h e de 550m³/s nos demais horários. Nas próximas semanas a Sala de Crise continuará avaliando a situação da bacia para discutir eventuais ajustes na operação das barragens. Esta é a primeira elevação da vazão de Xingó desde outubro de 2017.

Esta nova forma de operação pela Chesf atende à Resolução nº 30 de 2018 da ANA, publicada no Diário Oficial da União da última sexta-feira, 27 de abril. O documento autoriza a liberação mínima de uma média diária de 550m³/s de água pelos reservatórios de Sobradinho (BA) e Xingó, além de uma defluência instantânea mínima de 523m³/s. Estas regras mantêm o patamar mínimo que vinha sendo adotado na região desde outubro de 2017 e valem até 31 de julho.

Desde abril de 2013 os reservatórios de Sobradinho e Xingó vêm operando com uma defluência mínima abaixo de 1300m³/s, utilizada em situação de normalidade. As reduções das vazões liberadas foram motivadas pelas chuvas e afluências abaixo da média na bacia do Velho Chico em virtude da seca.

Atualmente o Reservatório Equivalente da Bacia do Rio São Francisco – formado pelos reservatórios de Três Marias (MG), Sobradinho e Itaparica (BA/PE) – apresenta 39,72% de sua capacidade, sendo que um ano antes o total acumulado era de 21,48%, menor percentual do histórico.