O processo de venda das termelétricas a carvão da Engie continua mesmo após a desistência da Contour Global, anunciada no início do mês passado. De acordo com Maurício Bahr, presidente da Engie, ainda há outros interessados no complexo Jorge Lacerda e na UTE Pampa Sul, mas é necessário que eles deem continuidade a operação das térmicas. “Precisamos encontrar alguém que tenha capacidade de levar adiante esses projetos, que eles tenham uma vida útil. O novo comprador precisa seguir a vida dessas duas usinas”, afirma Bahr, que participou do Engie Brasil Innovation Day 2018, realizado nesta segunda-feira, 2 de maio, no Rio de Janeiro (RJ).
Bahr conta que Jorge Lacerda está operacional e Pampa Sul em fase final de construção, o que faz com que a preocupação com o futuro dos projetos aumente, o que inclui o seu contrato e os funcionários. A Engie do Brasil colocou as usinas à venda devido a decisão da matriz de descarbonizar seus ativos de geração. Ainda de acordo com o executivo, a Engie já conseguiu vender no mundo mais de € 15 bilhões em ativos fósseis nos últimos dois anos.
A empresa, que no ano passado entrou para a área de transmissão, deve continuar participando dos leilões de LTs de 2018 e nos próximos anos. Segundo Bahr, a busca vai ser por lotes que tenham afinidade geográfica com os ativos da Engie e conectem a energia renovável ao consumidor. O executivo prevê bastante disputa nos certames deste ano. “Há uma abundância de capital no mundo e o Brasil apresenta oportunidades”, observa Bahr. Ele também confirmou a presença no próximo leilão A-6, que será realizado em 31 de agosto.