A EDP poderá participar do próximo leilão de transmissão previsto para ser realizado no final de junho. A companhia afirmou que estuda os lotes que serão colocados em disputa, mas não revela qual deve ser seu objetivo por conta da previsão de novo certame com alta competitividade. Mas, condiciona seus lances à manutenção de níveis de rentabilidade que considera adequados para seu perfil de risco.
De acordo com o presidente executivo da empresa, Miguel Setas, a estimativa de que o leilão apresente um ambiente da alta competitividade vem em decorrência dos mais recentes certames dessa modalidade. Ele lembrou em teleconferência com analistas e investidores sobre os resultados do primeiro trimestre da empresa que essa condição para participar e arrematar lotes já foi visto na última disputa.
“Vamos estudar os lotes para participar. A competição será acentuada e não vamos abdicar do nível de rentabilidade que exigimos de um projeto. Assim como sempre fizemos, vamos nos preservar buscando rentabilidade. No último leilão não ganhamos nenhum dos dois lotes que participamos justamente por conta desse fator, não atender nossa exigência de rentabilidade e risco que são adequados ao nosso perfil e continuará a ser assim”, comentou o executivo.
Apesar de não prometer uma participação mais incisiva nos leilões de transmissão, a EDP voltou a apontar que este segmento é um dos focos estratégicos para o seu próximo ciclo de crescimento que engloba o horizonte de 2017 a 2021. Nesse período este segmento deverá responder por 15% de seu portfólio de ativos. Rotulado como Crescimento Rentável, o pilar ainda engloba o reforço do investimento em distribuição orgânico e inorgânico, além de ampliação dos serviços de eficiência energética e solar distribuída, reciclagem de capital com a otimização do portfolio, bem como a disciplina na alocação de capital.
Antecipação
Assim como já fez com as três UHEs que arrematou em leilões, Setas comentou ainda que a empresa já tem a perspectiva de antecipar a entrada em operação da linha de transmissão que está em obras no Espírito Santo, arrematada em outubro de 2016. A previsão é de que a empresa disponibilize o ativo no início de 2019, cerca de 17 meses antes do acordado em contrato de concessão junto à Aneel.
Aliás a empresa ficou com 19,6% de participação na empresa catarinense em um investimento total de R$ 298 milhões. Com isso tem direito a 3 cadeiras no conselho de administração da estatal. São eles José Luiz Alquéres, Luiz Otávio, que ocupa o cargo de vice presidente de geração comercialização e transmissão, e ainda, Michel Itkes, vice presidente de distribuição da EDP.
Nos demais três lotes sob sua concessão, a EDP aponta que no estado de Santa Catarina, onde a extensão é de 485 quilômetros também já se vislumbra a entrega antes do prazo. O Eia/Rima do projeto já foi homologado pela Fundação de Meio Ambiente daquele estado, a FATMA. No lote localizado entre São Paulo e Minas Gerais com 375 km e no Maranhão com 324 km em dois lotes estão na fase de início de prospecção da área com o recebimento do termo de referência do Iphan.