A Eneva cadastrou dois projetos termelétricos no próximo leilão de energia A-6, previsto para ser realizado pelo Governo Federal em 31 de agosto. Embora a empresa já tivesse sinalizado que pretendia participar da disputa, a confirmação foi feita nesta sexta-feira, 11 de maio, pelo presidente da companhia, Pedro Zinner. Ele participou de teleconferência com analistas de mercado para apresentar os resultados do primeiro trimestre de 2018.
Um dos projetos está localizado Maranhão. Trata-se do fechamento do ciclo da termelétrica Parnaíba I (676MW). Com a implementação de turbinas a vapor, a empresa espera ampliar a capacidade do empreendimento em 363 MW. O contrato de Parnaíba termina em dezembro de 2027, porém a regra do leilão permitirá o descasamento dos PPAs.
Também ficou estabelecido que caso o projeto saia vencedor da disputa, as duas usinas serão despachadas em conjunto e o CVU será igual. Em princípio, o fechamento de ciclo era visto como um projeto de eficiência e por isso teria que ter um CVU menor, o que implicava em risco ao empreendedor.
“Além do projeto de fechamento de ciclo de Parnaíba, a gente também cadastrou o projeto de Azulão. São duas vertentes de crescimento, no curto prazo, em termos de aumento de capacidade de geração”, disse Zinner.
O projeto térmico está no campo de Azulão, na bacia do Amazonas, comprado da Petrobras. A área deve receber uma térmica movida a gás natural com potência superior a 100 MW. Não foi possível identificar a potência exata do projeto, porém, segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), há dois projetos térmicos previstos para o Amazonas, que juntos somam 613 MW.
Os vencedores do A-6 precisam iniciar a operação em 2023. A Eneva não descarta a possibilidade de antecipar a entrega, caso haja oportunidade de monetizar esse encurtamento de prazo. “Havendo a possibilidade de monetizar essa geração antes do prazo do PPA, obviamente que a gente vai tentar”, disse o executivo.
Zinner também falou sobre aquisições. “A companhia olha o crescimento inorgânico de forma mais oportunista. O evento mais recente foi a aquisição de Azulão. Oportunidades no mercado vão surgir e é dever da companhia avaliar, tentando sempre maximizar a relação risco/retorno”, disse.
A compra de Azulão pela Eneva, concluída em novembro de 2017, foi realizada através de sua subsidiária Parnaíba Gás Natural. O negócio envolve o pagamento de US$ 54,5 milhões à Petrobras.