Solicitada pela Eletrobras, a revisão da segurança operacional de longo prazo de Angra 1 foi finalizada por especialistas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A companhia, que possui dois reatores em funcionamento e outro em construção, prepara-se para pleitar a renovação da licença que estende a operação de Unidade 1, de 40 para 60 anos, num pedido que deve ser apresentado até outubro de 2019.
A revisão do Pré-SALTO (Aspectos de Segurança da Operação a Longo Prazo) começou no dia 2 de maio, com uma equipe formada por 13 integrantes. Foram analisados a organização e os programas da empresa relacionados à operação segura de longo prazo (LTO), incluindo recursos humanos e gerenciamento de conhecimento usando os padrões de segurança da IAEA.
De acordo com a análise, foi observado que a Eletrobras progrediu no campo do gerenciamento do envelhecimento e da preparação para uma operação segura. Os especialistas afirmaram que a gerência demonstrou o compromisso de fazer mais progressos e que o projeto LTO aborda muitos tópicos, conforme recomendado pelos padrões de segurança da Agência Internacional.
A equipe composta por 11 especialistas da Argentina, China, República Tcheca, França, Japão, África do Sul e Estados Unidos da América, além de dois membros da equipe da AIEA, identificou diversas boas práticas e desempenhos que serão compartilhados com a indústria nuclear de forma global.
Segundo o levantamento, foram implementadas medidas apropriadas na empresa para lidar com questões ambientais e de componentes significativos para segurança da operação. Também destacou-se a participação ativa na promoção de atividades educacionais, incluindo um programa de estágio para funcionários em potencial.
O relatório também forneceu algumas recomendações visando melhorias a segurança da operação. Entre as iniciativas propostas, além da implementação integral de um programa de qualificação ambiental, está a realização de uma revisão periódica e abrangente de segurança e que a usina garanta que o envelhecimento de estruturas e componentes ativos e de curta duração no âmbito da operação sejam devidamente avaliados e gerenciados.
A gerência da Eletrobras afirmou estar comprometida em realizar as recomendações e solicitou uma nova revisão para novembro de 2020. As duas instituições terão a oportunidade de realizar comentários e propostas sobre o projeto. Um relatório final será submetido à empresa, à Autoridade Reguladora e ao governo brasileiro dentro de três meses.