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A multinacional GE lançou um novo serviço no qual aposta ser um novo vetor para seu crescimento, o atendimento para turbinas a gás de outros fabricantes. A empresa fez a apresentação oficial do produto da divisão Power and Services que já conta com uma carteira de pedidos de US$ 200 milhões, principalmente na América Latina e na Europa. A companhia não revela as perspectivas para este mercado, mas aponta que possui um grande potencial e que este é apenas o começo, que há muito por vir.
Essa confiança da empresa quanto às perspectivas baseiam-se no fato de que esse volume de pedidos está concentrados em apenas três países até o momento, México, Alemanha e Rússia. De acordo com o líder da linha Cross Fleet, Martin O’Neill, a companhia já mantêm conversas com clientes no Brasil, mas que essas negociações ainda estão em andamento.
A solução foi apresentada à imprensa especializada internacional na sede da divisão mundial da GE, localizada no prédio que abrigava a Alstom, na pequena cidade de Baden, na Suíça (cerca de 50 km de Zurique). Consiste em oferecer assistência a turbinas a gás fabricada por outras empresas. A companhia argumenta que sua tecnologia proporciona menor número de paradas e maior vida útil ao equipamento e flexibilidade ao equipamento, aumentando assim a confiabilidade e, principalmente, a geração de energia.
Essa é a primeira solução que chega ao mercado derivada da aquisição da divisão de energia da francesa Alstom em 2015, um negócio de cerca de US$ 10 bilhões. Segundo o presidente e CEO da divisão de negócios Power Services da GE, Scott Strazik, esse negócio já havia sido pensado ainda em 2012 e com a aquisição do expertise e do portfólio adicional da companhia adquirida foi possível desenvolver a solução. “Combinamos a nossa experiência em sermos produtores de turbinas que possuem mais de 50 milhões de horas de nossa linha F-class, do portfólio da Alstom que agregamos ao nosso e ampliamos nosso alcance para poder atuar nessa linha de produtos”, comentou ele.
No escopo desse trabalho, a GE desenvolve novos componentes para a turbina instalada de acordo com a necessidade de cada cliente. A companhia afirma que esses novos itens entregam melhor performance e reduzem o tempo de parada. Nesse sentido, a companhia patenteou tecnologias como um novo tipo de revestimento e sistemas de resfriamento via ar nas turbinas que ajudam na obtenção desses resultados.
A empresa está focada em atender inicialmente dois modelos de turbinas de outros fabricantes. Um deles é o 501F da Mitsubishi e o outro o SGT-800 da Siemens. A empresa apresentou dados obtidos em diversos serviços feitos nesses dois tipos de equipamentos entre eles, inspeções em seus principais componentes. No modelo da empresa japonesa, os resultados apontam para o aumentos dos intervalos de paradas para 32 mil horas ou 1.250 vezes que a turbina foi ligada. Maior volume de geração e mais eficiência no uso do combustível, uma característica que, segundo O’Neill, é importante face o preço do insumo, o que aumenta a rentabilidade do equipamento. Já na turbina Siemens, as paradas para a manutenção programada aumentaram para intervalos de até 40 mil horas ou 900 vezes que a turbina foi iniciada. Nesse caso, a eficiência aumentou em 1,5% enquanto a geração de energia foi elevada em 6%.
O’Neill explicou que ao melhorar o sistema de resfriamento da turbina o equipamento trabalha com mais performance e assim pode injetar mais energia na rede se assim for solicitado. Esse número de horas para as paradas de manutenção, apontou o executivo, podem corresponder a até um ano a mais de operação sem interrupção.
Esse serviço, apontou a GE, já pode ser realizado por seus cerca de 40 centros de serviço espalhados pelo mundo. O trabalho começa pela inspeção das partes de forma individual e conta com a predominância de mão de obra manual depois de passar por equipamentos que fazem a análise das partes. Os processos completos de uma turbina podem levar de seis a até um ano dependendo do volume de trabalho a ser efetuado pela GE.
Uma outra inovação da empresa ajudará no desenvolvimento desta atividade, a confecção de peças impressas em 3D. Classificada como fabricação aditiva, a técnica consiste em utilizar essa modalidade de impressão para fabricar peças para as turbinas. No caso da GE as peças que devem ser privilegiadas são partes das turbinas e queimadores. A empresa está trazendo para a a unidade de serviços essa tecnologia já usada na sua divisão de aviação onde já produziu mais de 23 mil partes, segundo seus próprios números.
De acordo com o CTO da GE Power Services, Steve Hartman, que está à frente desse processo, essa solução pode ser utilizada em todas as plantas de geração movida a gás. No momento há uma limitação que é a área da impressora, mas isso já pode ser aplicado. Ele relata que essas peças são mais leves e resistem bem à temperatura, proporcionando performance para a geração de energia ao ponto de classificar esse aumento como substancial, além de, novamente, promover mais eficiência no uso do combustível, bem como mais eficiência ao equipamento.
Ainda no pacote de serviços ao cliente a GE indica que pode incluir a pedido do cliente a plataforma Asset performance Management (APM) que aponta para o correto período de manutenção preditiva com monitoramento remoto e que é feito pelo seu centro localizado em Atlanta (Estados Unidos).
*O repórter viajou a convite da GE