Mesmo com a adesão de 735 empregados, a Eletrobras deve abrir até julho deste ano outra rodada do seu Plano de Demissão Consensual. De acordo com o presidente da empresa, Wilson Ferreira Junior, a perspectiva é que esse novo plano de demissão seja feito em julho deste ano. A empresa gastou na etapa anterior do plano R$ 272 milhões, que vão trazer uma economia de R$ 216 milhões, com economia anual com payback de 1,25 ano.
O presidente da Eletrobras disse ainda que na próxima semana deverão ser divulgados os preços mínimos para a venda das participações em Sociedades de Propósitos Específicos. Serão oito lotes de geração, que envolvem 967 MW e outros nove de transmissão, que reúnem com valor contábil de R$ 2,5 bilhões. O leilão desses lotes deverá acontecer no dia 29 de junho deste ano.
Aguardando relatório do Tribunal de Contas da União, a privatização das distribuidoras do grupo Eletrobras também deve ficar para junho, como Ferreira Junior já havia adiantado. Essa é maior urgência do executivo. Segundo ele, o prejuízo na distribuição no trimestre ficou em R$ 1,9 bilhão, sendo que a problemática da operação e combustível no Amazonas abocanham R$ 1,3 bilhão desse total. Caso o cronograma se confirme, a homologação do resultado será em julho e no mês seguinte acontece a aprovação nas assembleias das distribuidoras, com a assinatura dos contratos se realizando no dia 25 de setembro.
O executivo também prometeu para até o fim de maio a conclusão das negociações com a Petrobras e a Cigas para o equacionamento da dívida referente ao suprimento de usinas térmicas do Amazonas. A distribuidora amazonense ainda não sinalizou sobre o acordo. A alteração na Medida Provisória 814, que permite a mudança no preço da energia de Angra 3 e a consequente entrada de um sócio privado, foi saudada por Ferreira Junior. De acordo com ele, o novo preço vai permitir a renegociação dos empréstimos contraídos com BNDES e CEF. “Quanto maior a tarifa, mais atrativo se torna o projeto para um novo sócio e maior o valor presente líquido dele”, disse. Ele não confirmou o preço de R$ 400/ MWh, frisando que o valor precisa ser levado ao Conselho Nacional de Política Energética, a quem caberá referendá-lo.