O diretor de Finanças da Cemig, Maurício Fernandes Júnior, foi contundente ao afirmar que a companhia não desistiu de vender sua participação na Light. A fala enfática do executivo em teleconferência com acionistas nesta quarta-feira, 16 de maio, foi para afastar qualquer rumor no mercado de que haveria um plano alternativo diante da dificuldade para se concluir o negócio.
“Porque o M&A não foi adiante, simples, porque a proposta não brilhou os olhos. Não é só financeira, ela também tem que ser uma proposta que leve a Light para um patamar diferente”, disse o executivo em tom firme, durante conversa com analistas de mercado.
A decisão sobre a venda do controle da Light foi anunciada em julho de 2017. A polêmica sobre uma eventual mudança de planos por parte da Cemig ocorreu em março deste ano, quando o Conselho de Administração da Light fez uma convocação para modificar o estatuto da empresa, o que fez o mercado entender que haveria uma mudança de estratégia e que o plano era capitalizar a concessionária carioca por meio de um aumento de capital. Esse notícia caiu mal no mercado e derrubou em 12% o valor das ações da Light na B3 no dia da divulgação.
Apesar da Cemig estar em um momento melhor do que no final de 2016, disse Alvarenga, a companhia segue com o seu plano de desinvestimento. “Com relação à capitalização da Light, ela não existe e não vai acontecer”, afirmou Fernandes. “Se em algum momento formos fazer alguma capitalização, será precedida de uma divulgação para o mercado”, completou. No próximo dia 22 de maio, os acionistas da Light se reúnem para tratar das modificações propostas no estatuto, que segundo o executivo, tem a intenção de ajustar o texto ao regulamento da B3.
O diretor de Desenvolvimento de Negócios da Cemig, Daniel Faria Costa, afirmou que a empresa segue firme com seu plano de desinvestimentos. “Sobre Light, as negociações continuam, com uma previsão de conclusão dentro do cronograma esperado [no segundo semestre de 2018]. Acho que Light tem momento muito positivo por conta da visibilidade do setor de distribuição dado ao evento Eletropaulo. Consideramos que esse evento favorece e pode até acelerar o nosso processo de venda. Continuamos com a estratégia já anunciada de venda do controle da Light, mas cercada por um ambiente muito positivo”, disse.
A Cemig possui diretamente 26,05% do total de ações da Light. Os outros acionistas são BNDESPar (9,39%), RME (13,03%); Luce Empreendimentos (13,03%) e Público (38,49%).
(Nota da Redação: matéria alterada às 8:30 horas do dia 17 de maio de 2018 para correção do nome do executivo que falou durante a teleconferência. Na primeira edição, estava como se as declarações tivessem sido feitas pelo presidente, mas foram pelo diretor de Finanças)