A Agência de classificação Fitch Ratings divulgou o Rating Nacional de Longo Prazo ‘AAA(bra)’ da EDF Norte Fluminense com Perspectiva Estável. Para a Fitch, o rating reflete a qualidade de crédito de sua controladora indireta, a Electricité de France S.A. O vínculo de moderado a forte compensa o maior risco de negócios e o perfil financeiro menos robusto em relação a outras empresas do setor elétrico brasileiro classificadas com o Rating Nacional de Longo Prazo ‘AAA(bra)’

A análise contempla o baixo risco do negócio de geração térmica da empresa e o seu robusto perfil financeiro em bases individuais, com histórico de forte geração operacional de caixa, estrutura de capital conservadora, manutenção de saldo elevado em caixa e expectativa de conclusão ainda este ano do único projeto em fase de construção do qual detém 51% de participação no capital. A avaliação também considera o moderado risco regulatório do setor elétrico brasileiro e o risco hidrológico atualmente acima da média histórica.

A Agência considera que o vínculo com a matriz é reforçado pela gestão integrada de caixa do grupo EDF e a flexibilidade financeira concedida à subsidiária por meio da redução dos dividendos. O menor fluxo de dividendos durante 2013-2015 e em 2017 permitiu que a companhia conseguisse suportar, sem incorrer em dívidas, os desembolsos para o equity de sua participação na Sinop, usina hidrelétrica em fase final de construção.

Em bases individuais, a empresa tem histórico de robusta geração de fluxo de caixa livre (FCF), com R$ 234 milhões, em média, de 2013 a 2017. Em 2017, o fluxo de caixa das operações (CFFO) atingiu R$ 334 milhões, sendo pressionado por pagamentos de impostos mais elevados, após elevado lucro líquido em 2016, e por relevantes despesas com compra de energia. Ainda assim, foi suficiente para suportar os investimentos de R$ 68 milhões e a distribuição de dividendos de R$ 60 milhões, resultando em forte FCF de R$ 206 milhões. No mesmo ano, a receita líquida e o EBITDA da EDF NF movimentaram R$ 1,5 bilhão e R$ 540 milhões, respectivamente, com margem de EBITDA de 35%.

Em 2018, o FCF da companhia deverá ser ligeiramente positivo, pressionado por elevados investimentos para manutenção parcial de suas unidades geradoras e pelo pagamento de dividendos de R$ 140 milhões referentes, ainda, ao resultado de 2016. A partir de 2019, o cenário-base da Fitch incorpora a retomada do FCF a patamares mais robustos, com média anual de R$ 136 milhões até 2021.

Segundo a Fitch, a EDF NF deve permanecer sem dívidas em seu balanço patrimonial e com alavancagem financeira líquida ajustada abaixo de 2,0 vezes até 2019 e negativa nos anos seguintes, após o término das garantias prestadas para o projeto Sinop, consideradas como dívida fora do balanço e utilizadas no cálculo de alavancagem. Ao final de 2017, os índices dívida total ajustada/EBITDA e dívida líquida ajustada/EBITDA, de 0,9 vez e 0,6 vez, respectivamente, consideravam o saldo de R$ 464 milhões destas garantias.