Almejando conquistar a autossuficiência financeira, a INB planeja ampliar sua atuação no exterior. A informação foi confirmada pelo presidente da estatal, Reinaldo Gonzaga, que está otimista após voltar de viagem da França e Coréia do Sul, onde foi buscar parcerias. “Nossa intenção é levar o nome da INB para o mundo”, afirmou Reinaldo.

A expectativa da INB é se consolidar como agente exportador de peças e materiais para a francesa Framatome (antiga Areva) e as coreanas KNF e KPS. Com a Framatome, foi discutida a possibilidade de fornecimento do esqueleto do elemento combustível, semelhante ao utilizado na usina Angra 2. A negociação prevê que os franceses passem a utilizar este componente na fabricação do combustível para as recargas do reator espanhol operado pela empresa, em Trillo.

A empresa brasileira ofereceu a possibilidade de ampliar serviços em parceria com a francesa para outros países. As negociações seguem em curso, e um representante da Framatome virá ao Brasil ainda este mês. Hoje, a empresa francesa transfere tecnologia para a INB, além de fornecer componentes para a fabricação do elemento combustível de Angra 2. “Trabalhamos há anos para ampliar nossas ofertas de serviços, fazendo estudos de viabilidade e mantendo um bom relacionamento com as companhias parceiras”, destacou Reinaldo, que viajou acompanhado de outros diretores.

Na Coreia do Sul, a comitiva visitou a Korea Nuclear Fuel (KNF) e Kepco (KPS). Além do contrato já existente de venda cruzada com a KNF para abastecimento do reator de Angra 1, a INB prepara-se para fornecer mais componentes para a montagem do elemento combustível. Segundo informou o superintendente Márcio Adriano, a previsão é de que até o final de 2019 a empresa esteja apta para o fornecimento, destacando que a intenção é a venda direta, evitando  assim um possível processo de licitação internacional pela KNF.

Com a KPS, além da renovação das parcerias já existentes, a INB propõe expandir os serviços já realizados em Angra 1 para as plantas coreanas. “Fizemos propostas para as empresas que são viáveis para ambos os lados. No caso de indústria nuclear, temos que trabalhar com antecipação de projetos, olhando as possibilidades à frente”, avaliou o presidente.