O novo presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Reive Barros, quer apresentar um cronograma de leilões para os próximos dez anos. De acordo com Barros, essa ideia de sinalizar como vão ser os próximos certames dará mais previsibilidade aos agentes de geração e transmissão. A EPE já vem ao longo do último ano detalhando o calendário de leilões, após portaria que determinou que sejam divulgados quais leilões serão realizados. “É importante ter um cronograma de leilões dos próximos dez anos”, avisa Barros, que participou nesta quarta-feira, 23 de maio, da abertura da 15ª edição do Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico, no Rio de Janeiro (RJ). O cronograma também seria importante para empreendedores, que poderiam se preparar melhor.

Para Barros, que tomou posse na EPE nesta semana, a divulgação desse cronograma de leilões não corre o risco de se misturar ou interferir no Plano Decenal de Expansão de Energia, já que ele define a demanda e as opções de geração de energia. “O que queremos é além da portaria, dar previsibilidade”, avisa. Ele quer uma grande discussão com os agentes e o Ministério de Minas e Energia para elaborar uma proposta adequada.

Outro ponto que Reive Barros pontuou como objetivo é dar autossuficiência energética para as regiões do país. Segundo ele, cada região tem uma vocação para geração e a autossuficiência faria com que elas ficassem menos dependente de interligações, como o Nordeste é hoje. Barros reconhece a robustez do sistema e da transmissão brasileira, mas não quer a dependência de uma região das linhas de transmissão. “Na nossa visão é importante que tenham autossuficiência. Não pode concentrar em uma e a outra ficar dependendo de transmissão”, conclui.

Ainda segundo o presidente da EPE, é necessária uma reavaliação do horário da ponta já que o atual não vem efetivamente sendo a ponta real. Ele também elogiou o preço horário, mas lembrou que ainda é necessário um calibre para uma execução ótima.