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O Ministério de Minas e Energia estuda realizar este ano os primeiros leilões de energia envolvendo armazenamento de energia. São dois certames que vão atender sistemas isolados do estado de Roraima. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Armazenamento e Qualidade de Energia, Carlos Augusto Brandão, esses leilões – que seriam os primeiros no país – não teriam nenhum aspecto de teste, uma vez que já existe a confiança do governo nas novas tecnologias. “Não é um processo de pesquisa, é efetivo de um leilão”, afirma.

Segundo o presidente da Abaque, um leilão seria para suprimento de 70 MW de baterias para serviços ancilares para a eventual problema na LT de Guri, que vem da Venezuela e abastece o estado. A intenção é que a bateria atue por meia hora até a partida dos motores a diesel. Já o outro leilão seria para 250 MW, cerca de 140 MW med de soluções híbridas com baterias em microgrids em sistemas de 69kV ao longo das subestações de Roraima, além de pequenas partes isoladas do estado que não possuem acesso à rede. Essa solução híbrida pode envolver várias fontes, como eólica, solar, biomassa e até mesmo diesel.

Esse último certame já teve publicada a portaria 67/2018 do MME e as suas diretrizes devem ser divulgadas assim que a distribuidora entregar os planejamentos de carga. Esse planejamento vai dizer aonde devem estar as curvas das áreas que vão receber os equipamentos. O cronograma deve ser apresentado pelo governo apenas depois que a EPE tiver os dados de carga, que deve acontecer no fim de junho. Só aí o MME pode fazer as diretrizes do leilão.

Os certames se traduzem uma grande responsabilidade para o setor, já que vão suprir áreas isoladas do país. Brandão conta que muitos interessados já vêm se movimentando para a disputa no leilão e que empresas brasileiras devem participar, se preparando com os projetos. Ele diz ainda que o leilão já foi notícia na Europa e nos Estados Unidos, despertando interesse de agentes estrangeiros. Segundo ele, há fundos internacionais dispostos a financiar e investir nos projetos. “Existem fundos específicos só para storage. Tem fundos de 300 milhões de euros interessados no Brasil”, avisa.