Os obstáculos para o financiamento de projetos de geração de energia através do mercado livre podem estar próximos de serem superados, disse a economista Elbia Gannoum, presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), em entrevista à Agência CanalEnergia. No próximo dia 7 de junho, representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estarão em São Paulo para apresentar um modelo de financiamento para o mercado livre.

“Quais eram os problemas que a gente tinha no passado que parece que estamos superando, quando o BNDES ia fazer um valuation de um projeto, ele colocava um PLD mínimo (R$ 30/MWh) como o preço do valuation. Quando ele fazia isso, a alavancagem do projeto ficava muito reduzida e não dava para bancar”, explicou a executiva.  Agora, o PLD de Referência do BNDES vai considerar uma média do indicador num dado período, partindo de R$ 90/MWh.

Estamos caminhando para uma solução muito boa para resolver a questão da expansão da energia no mercado livre, isso vale para todas as fontes.
Elbia Gannoum, da Abeeólica

“Outro ponto que também está ajudando na discussão é o contrato. O contrato no ACL é de três, no máximo cinco anos. O que Abraceel desenvolveu com o BNDES é uma espécie de garantia rolante. Você entrega o contrato e quando esse contrato está vencendo você troca e vai fazendo essa troca”, simplificou Gannoum, dizendo que atualmente o BNDES está com uma postura mais flexível em relação ao mercado livre. Esses contratos precisam ser trocados dois anos antes do vencimento.

“A solução para o ACL é uma coisa que estudo há anos. A energia nova no mercado livre sempre encontrou problemas e o problema estava associado há dois fatores: prazo de contrato e valoração. A partir do momento em que a gente traz solução para essas duas características, a gente está avançando numa discussão que nunca conseguimos avançar”, declarou a presidente da Abeeólica. “Estamos caminhando para uma solução muito boa para resolver a questão da expansão da energia no mercado livre, isso vale para todas as fontes.”

Segundo Gannoum, a abertura do mercado de energia é uma tendência inexorável e a fonte eólica precisa estar lá para atender a esse mercado. “Também é uma forma de a gente escoar a nossa capacidade produção e investimento, porque o mercado regulado não tem sido suficiente, até por conta do quatro econômico.”

O evento está com fila de espera. Foram convidados representares de associações, comercializadoras, da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Ministério de Minas e Energia (MME). Após o evento, será produzido um documento com o resumo das discussões.

Serviço:

Mercado Livre para Energia Eólica
Onde: Hotel Unique – Av. Brigadeiro Luís Antônio, 4700 – São Paulo
Quando: 7 de junho de 2018
Informações: comunicacao@abeeolica.org.br