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A tão esperada transferência da hidrelétrica de Jirau pela Engie para Engie Brasil Energia não é um tema que está sendo tratado como prioridade pelas diretorias das companhias, disse Mauricio Bahr, presidente da maior geradora de energia privada do país. “A transferência de Jirau não é uma prioridade nesse momento, temos outros temas bastantes recorrentes no nosso crescimento. A gente está adiando essa transferência para o final deste ano ou início do ano que vem”, disse o executivo a jornalistas após participar de evento em São Paulo na última quarta-feira, 30 de maio.

Desde o final de 2016, a hidrelétrica de Jirau, que consumiu mais de R$ 20 bilhões em investimento, está operando comercialmente em plena capacidade, com 50 turbinas de 75 MW cada, totalizando 3.750 MW. Segundo Bahr, os gestores estão trabalhando para manter a capacidade financeira do projeto, que está comprometida por causa do desequilíbrio existente entre o índice que reajusta os contratos de comercialização de energia da usina (IPCA) e o custo do empréstimo de longo prazo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a TJLP.

Segundo ele, tanto o GSF quando esse descasamento financeiro estão exigindo novos aportes dos sócios, em um momento em que o empreendimento deveria estar pagando dívidas e dividendos aos acionistas. Além da Engie (40%), a usina tem como sócios Chesf (20%) e Eletrosul (20%), da Eletrobras, e a japonesa Mitsui (20%).

“Não está atrapalhando só a nós, está atrapalhando o setor elétrico como um todo. Os contratos de venda de energia são corrigidos pelo IPCA e os custos financeiros subiram muito acima do que era esperado para todos os agentes que se financiaram para fazer todos esses projetos. Se você somar spread e as taxas da TJLP (que estão acima do CDI), no fundo tem uma situação de não atingir o índice de cobertura da dívida, com isso nós estamos conversando com o BNDES […] para encontrar uma saída, talvez renegociar e reestrutura essas dívidas para adequar as condições das concessões”, reivindicou o executivo.

O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira, que também estava no evento, e fez coro as preocupações de Bahr, afirmando que a combinação spread alto do BNDES e GSF estão impactando a rentabilidade dos projetos estruturantes recentemente construídos, como Jirau, Santo Antônio e Belo Monte. Segundo ele, a Eletrobras também está interagindo com o BNDES na busca por uma solução para o problema.