A agência de classificação de risco Fitch Ratings colocou os ratings de Longo Prazo em Moedas Estrangeira e Local ‘BB’ e o Nacional de Longo Prazo ‘AA(bra)’ em Observação Positiva. O anúncio segue a aceitação dos acionistas para venda de 73,4% das ações da companhia à Enel.

A Agência acredita que a distribuidora irá melhorar seu perfil de crédito quando se tornar de fato parte do grupo Enel Brasil, consolidando-se como uma importante subsidiária da Enel Américas. Com isto, a Observação Positiva seria removida e todos os ratings da companhia seriam elevados, após a operação ser aprovada pelo regulador e pelos credores.

Para a Fitch, ainda que o IDR em Moeda Estrangeira da Eletropaulo esteja atualmente no mesmo patamar do teto do Brasil, ‘BB’, os sólidos vínculos estratégicos, financeiros e legais existentes entre a empresa e a Enel Américas, de acordo com a metodologia Parent and Subsidiary Rating Linkage, podem favorecer a colocação rating em Moeda Estrangeira da Eletropaulo acima do teto país. Este vínculo é constatado, principalmente, pela inclusão da Enel Brasil e de suas subsidiárias relevantes nas cláusulas de inadimplência cruzada da dívida do controlador indireto.

A Enel Américas possui um histórico de empréstimos mútuos entre companhias, aumentos de capital e garantias prestadas às subsidiárias brasileiras. Ela será a avalista do empréstimo-ponte de R$ 5,5 bilhões para financiar a aquisição dos 73,4% da concessionária paulista. Além disso, a Fitch considera positivo para o perfil de crédito individual da companhia e o compromisso da Enel de injetar R$ 1,5 bilhão no aumento de capital a fim de financiar o programa de investimentos e melhorar os indicadores de qualidade dos serviços.

Na previsão da Agência, a alavancagem líquida consolidada pro forma da holding será de aproximadamente 3,9 vezes — incorporando os resultados da Eletropaulo no período de 12 meses encerrado em março de 2018 e os R$ 5,5 bilhões do empréstimo-ponte para financiar a aquisição — reduzindo para 3,6 vezes no final de 2018. Se os demais acionistas da empresa aceitarem a oferta e o empréstimo-ponte aumentar para R$ 7,6 bilhões, a alavancagem liquida aumentará para 4,1 vezes no final do ano.