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Uma gestão de trabalho dedicada a reduzir desperdícios e otimizar a produção é o que melhor resume o Lean Thinking, uma metodologia adotada pela EDP para aumentar a eficiência profissional de suas operações e elevar os lucros, que ficaram em R$ 611,9 milhões no ano passado, quando a estratégia passou a ser utilizada. O sistema foi aplicado pela Sequoia Consultoria e incluiu treinamentos para solução de sete desperdícios: tempo de espera, transporte, excesso de processos, inventário, movimento e defeitos.
“Da mesma forma como os carros na Fórmula 1 param e a equipe tem sempre o desafio de abastecer em tempo mínimo, será que conseguimos fazer a manutenção num poste mais rápido do que fazemos hoje? Se houver uma preparação melhor, dispositivos certos, equipe treinada, nós podemos”, ilustrou o presidente da consultoria, Carlos Lobo, que afirmou estar desenvolvendo no momento estes tipos de projetos com a EDP em São José dos Campos (SP) e Serra (ES).
Inspirado na japonesa Toyota, as ideias e conceitos Lean não se restringiram ao segmento automobilístico, passando a ser empregado em diversos setores e instituições que poderiam se beneficiar com o método. No caso, a EDP é a primeira dentre as empresas de energia elétrica do país a aderir ao sistema, que já é há algum tempo utilizado para melhorias e alterações na matriz da companhia em Portugal.
“O que a EDP fez no Brasil foi criar um time de colaboradores de várias áreas e locais distintos, colocando-os em treinamento para depois utilizar esse pessoal capacitado para desenvolver projetos que buscam proporcionar melhorias nos níveis de desempenho operacional e de processos em geral na empresa”, contou Lobo.
Para o presidente, o primeiro passo da estratégia é fazer uma avaliação criteriosa a fim de identificar de forma correta e eficiente onde e o que precisa mudar dentro de uma empresa. Ele citou o projeto interno em duas hidrelétricas do grupo EDP, Lajeado e Mascarenhas, onde foram alcançadas a taxa mínima histórica de 5,4 falhas ao ano. “O impacto e a rentabilidade dos empreendimentos foi sentido na lucratividade, graças a aplicação da tecnologia, que ajudou na gestão da manutenção do valor a receber do governo pela energia gerada”, afirmou.
A Operação Lean atuou em diversas áreas da companhia, como por exemplo na manutenção da UHE Porto de Palmas, onde um colaborador trabalhava para melhorar o desempenho da usina. Ou nos desligamentos e cobranças, onde a EDP Espírito Santo passou a utilizar a tecnologia para melhorar o esquema de cobrança dos usuários inadimplentes e evitar a antiga estratégia de desligamento em massa, tornando-se um dos principais projetos específicos da gestão na avaliação do presidente.
“Usamos preceitos Lean como nivelamento, capacidade e balanceamento da mão de obra da equipe. A mudança de estratégia trouxe um impacto financeiro positivo expressivo; conseguimos recuperar créditos inadimplentes numa faixa muito maior do que a média histórica da empresa”, afirmou Lobo.
Para Osni Theodoro, diretor da Sequoia Consultoria, é preciso que o cliente esteja aberto a desafiar seus processos para uma jornada em busca de melhorias e uma cultura de excelência. “No caso da EDP, a vantagem era que tanto no Brasil como na Europa, a companhia promove ciclos de melhorias em suas operações e treinamentos”, comentou.
Quanto aos próximos passos junto a concessionária, a Consultoria declarou estar concentrando seus esforços para melhorar a manutenção da rede elétrica, otimizando e agilizando o atendimento aos consumidores da EDP. Ao conseguir religar a rede mais rapidamente, além de proporcionar maior satisfação ao cliente, a iniciativa evita também multas da Aneel pela demora no restabelecimento do fornecimento de energia, contribuindo assim positivamente para o quadro financeiro da empresa.