Olá, esse é um conteúdo exclusivo destinado aos nossos assinantes
Cadastre-se GRATUITAMENTE ou faça seu LOGIN e tenha acesso:
Até 5 conteúdos
fechados por mês
Ficar por dentro dos cursos e
eventos do CanalEnergia
Receber nossas newsletters e
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
Notícias abertas CanalEnergia
ou
Já sou cadastrado,

Embora o foco das discussões na tarde desta quinta-feira, 7 de junho, em evento realizado em São Paulo, fosse as oportunidades para energia eólica no mercado livre, o baixo preço da fonte no último leilão do mercado regulado não passou livre de críticas. O ex-conselheiro da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e agora diretor de engenharia da Queiroz Galvão, Luciano Freire, fez duras críticas ao comportamento de alguns agentes que derrubaram o preço médio da fonte para R$ 67,6/MWh no último A-4.

Segundo ele, os preços estão num patamar quase inexplicável. “Estamos entrando em um processo autofágico, que é ruim para o setor inteiro. É ruim para o fabricante e é ruim para o investidor. Na verdade estamos transferindo toda a rentabilidade da cadeia para o consumidor”, disse o executivo em evento promovido pela Associação Brasileira de Energia Eólica. “Claro que vai da estratégia de cada investidor, mas cabe uma reflexão para esse processo que eu chamo de autofágico”, completou. Autofagia, segundo o dicionário, é o ato de nutrir-se da própria carne. Em biologia, é o processo de autodestruição da célula.

A preocupação dos agentes é que os preços baixos do mercado regulado contamine o preço do mercado livre, que atualmente está mais alto por conta da escassez de energia incentivada. Renato Volponi, presidente do Conselho de Administração da Abeeólica, ponderou que cada mercado tem seus drives para formação de preço. No caso do mercado livre, o Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) e as tarifas do mercado regulado são fatores que determinam o custo de oportunidade.

O head de regulação e comercialização da Casa dos Ventos, Fernando Elias, disse que o preço visto no A-4 de abril não pode ser tomado como referência, pois faz parte de uma conjuntura de momento. Para ele, esse preço é reflexo do represamento da oferta de geração e de uma estratégia de alguns agentes que procuraram garantir o direito a conexão ao vender parte de sua energia no mercado regulado, para num segundo momento, rentabilizar com a venda da energia no mercado livre fruto de uma antecipação de operação

A presidente executiva da Abeeólica, Elbia Gannoum, explicou que é preciso separar a tendência de redução de custos das fontes renováveis no mundo, fruto de uma evolução tecnológica, dá conjuntura de preços atual do Brasil. Ela se mostrou animada para o próximo leilão A-6, previsto para o final de agosto, e espera a contratação de ao menos 1 GW.

Porém, o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME), Eduardo Azevedo, disse que as concessionárias de distribuição declaram uma demanda muito menor do que apontava as projeções do governo com base na expectativa de crescimento da demanda e da economia do país. “A gente compra o que esta declarado, então vai ser um leilão pequeno”, disse o representante do ministério, indicando que a agressiva competição deve se repetir no próximo certame.