Os eletricitários anunciaram uma paralisação de 72 horas nas atividades dos trabalhadores do sistema Eletrobras, em protesto contra as investidas do governo na tentativa de privatização da holding e suas subsidiárias. A paralisação começa à zero hora da próxima segunda-feira, 11 de junho e irá até meia-noite da quarta-feira, 13. O Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) informou que espera a adesão de cerca de 24 mil empregados. O CNE alerta que a prestação dos serviços essenciais de fornecimento de energia será mantida, sem prejuízo aos consumidores, e que as equipes de manutenção e urgência estarão à disposição em caso de emergências.

Segundo Wellington Diniz, diretor jurídico do Sindicato dos Urbanitários do Maranhão (STIU-MA), a categoria espera que a greve chame a atenção da população para a ameaça de privatização da Eletrobras e para as consequências que essa privatização pode trazer para a tarifa e para a segurança energética. “Segundo uma afirmação feita no ano passado pela própria Aneel, a privatização da Eletrobras trará um aumento exorbitante no valor da tarifa. Além disso, com os grandes reservatórios do país nas mãos de multinacionais, não teremos controle sobre a qualidade da nossa eletricidade, sobre o uso adequado da água, e sobretudo, sobre as constantes ameaças às nossas fronteiras, já que muitos empreendimentos estão na região amazônica”, alerta Diniz.

Ainda segundo Diniz, o principal pleito do movimento é a entrega do cargo pelo presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr, a quem aponta como “o principal mentor de um processo que já vem provocando um verdadeiro desmonte das empresas do Grupo Eletrobras, na visão dos trabalhadores”. Ainda segundo Diniz, “desde que assumiu o cargo, Wilson está implementando uma reestruturação que vem atingindo direitos adquiridos pelos trabalhadores, além de diminuir a capacidade de atuação das empresas frente aos seus concorrentes mercado”, completa.

O governo vem encontrando claras dificuldades para levar adiante os planos de privatização da Eletrobras. A reportagem não conseguiu contato com a estatal para comentar a greve.