O grupo Energisa formalizou um parceria que já vinha desde 2011 com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial e que envolve investimentos de quase R$ 2 milhões na qualificação de mão de obra. Um convênio assinado nesta sexta-feira, 8 de junho, na sede da Confederação Nacional da Indústria, em Brasília, prevê a doação pela empresa de R$ 913,4 mil em equipamentos para a modernização dos laboratórios de energia do Senai em Mato Grosso, Tocantins, Paraíba e Sergipe e a especialização de professores da instituição. Esses profissionais irão formar 440 alunos nos cursos de Eletrotécnica e de Eletricistas de Rede e Predial.
O processo foi iniciado a partir do envolvimento de unidades regionais do Senai nos quatro estados, mas a capacitação já traz benefícios para as demais distribuidoras do grupo, já que o instrutores de todas as empresas participaram de um curso de requalificação, explica a diretora de Gestão de Pessoas e Comunicação da Energisa, Daniele Salomão. “Só fica fora a questão do investimento em laboratório nesse primeiro momento, e a gente tem certeza de que está no caminho certo, porque as distribuidoras com maior volume de contratação de colaborador e maior volume de clientes, como Mato Grosso e Paraíba, estão inseridas nesse movimento. Tocantins também, onde tem uma carência muito forte de formação de mão de obra”, diz.
Para a executiva, a qualificação dos funcionários da empresa é extremamente importante porque melhora a produtividade e a segurança, e permite que o serviço prestado ao cliente seja de melhor qualidade. “Já formamos mais de 800 profissionais”, conta Danielle. Além de atender às necessidades do grupo, os cursos podem beneficiar prestadores de serviços da Energisa e profissionais de outras distribuidoras.
O vice-presidente de Regulação e Relações com Investidores da empresa, Alexandre Nogueira, lembra que o Grupo Energisa sempre teve a característica de usar mão de obra própria em suas empresas. “É como a gente atua”, afirma. São, no total, 13 mil funcionários contratados contra 3 mil terceirizados. Em 2015, conta Daniele, foram contratadas 2.500 pessoas, entre eletricistas e leituristas, em todas as empresas adquiridas do antigo grupo Rede.
Para Nogueira, a parceria para a capacitação de mão de obra é importante porque os avanços tecnológicos exigem profissionais cada vez mais qualificados. “A gente tem que qualificar cada vez mais os profissionais. A Industria 4.0 está no nosso planejamento estratégico”, revela o executivo.
“Este programa capacita nosso professor com esse tipo de conhecimento, de tal sorte que ele pode replicar isso para os alunos. E, quando os alunos se formam, eles estão muito mais produtivos para a empresa, porque já têm domínio das especificidades de seus processos”, disse o diretor de Operações do Senai Nacional, Gustavo Leal.
Laboratório
Na semana passada, o Senai foi autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica a implantar uma unidade do Instituto Senai de Inovação em Itajuba, Minas Gerais, dentro de um projeto bancado com recursos do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento. O projeto vai implantar o primeiro laboratório de extra alta potência da América Latina, destinado à realização de testes para o setor elétrico. O investimento previsto é de R$ 425 milhões.
Para o diretor da instituição, a iniciativa vai preencher uma lacuna grande no Brasil nessa área. “O Senai tem parcerias com várias empresas, inclusive na área de energia, muito na área de formação de pessoas. Agora, essa parceria em pesquisa e desenvolvimento é uma coisa nova que está surgindo com esses institutos de inovação que estão sendo implantados”, explicou Leal. O Senai tem 21 institutos já implantados no país e outros quatro em fase de implantação.