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Apesar da fonte eólica já ser a responsável por 13 GW de capacidade instalada da matriz elétrica nacional, abastecer mais de 10% do país em alguns meses do ano e já ter passado por um momento de consolidação, ainda vemos novas empresas entrando neste segmento no país. O leilão para a compra de energia que a Cemig realizou semana passada para a fonte eólica e solar promoveu ao menos uma estreia no mercado nacional. O certame da estatal mineira foi o segundo no qual a BI Energia participou em sociedade com a Ventos Tecnologia e a primeira oportunidade que viabilizou seus três primeiros parques eólicos que somam 189 MW de capacidade instalada, 100% dedicados à estatal mineira.
A empresa é relativamente nova no mercado, fundada em 2016, pertence ao grupo italiano Community Power. De acordo com o sócio proprietário da BI Energia, Lúcio Bomfim, o grupo estrangeiro já vinha prospectando o setor elétrico desde 2006. O contato do executivo com os italianos começou em 2009 e as conversas vieram até a decisão do investimento por aqui de olho na expansão da geração distribuída no país. Além disso, apontou ele, a empresa vem trabalhando desde seu início no desenvolvimento de um projeto eólico offshore na região de Caucaia (CE).
“Nosso objetivo é de trabalhar tanto no mercado livre quanto no regulado. Olhamos oportunidades ainda em biomassa além da eólica”, comentou. “Participamos do A-4 em abril mas não conseguimos acesso à conexão de nossos parques. No leilão da Cemig conseguimos viabilizar nossos primeiros projetos nos quais estamos trabalhando a gestão financeira e honrar nosso compromisso de implantação”, acrescentou ele.
Até pela necessidade de implantar esses projetos, contou Bomfim à Agência CanalEnergia, a empresa não deverá participar do A-6, agendado para 31 de agosto, mesmo com um pipeline de 2 GW em sua carteira. A companhia, disse ele, tem muito trabalho à frente, como a definição das características técnicas do projeto. Os aerogeradores que serão utilizados ainda precisam ser definidos pela empresa. Ele disse que essa questão está em análise e poderá inclusive ser importada já que conta com capital externo por estar vinculada ao grupo italiano.
A BI Energia está com outros projetos em desenvolvimento. Um desses é o projeto eólico em geração distribuída. A companhia já visitou cerca de 70 potenciais clientes para apresentar essa alternativa que, nas palavras de Bomfim, vem surpreendendo as empresas já que o ‘normal’ é vermos a GD por meio da solar fotovoltaica. A ideia é de desenvolver um parque de 4,8 MW divididos em seis torres de 800 kW cuja energia será voltada para comércios e indústrias de pequeno e médio porte que não são elegíveis ao ACL.
Outro projeto é o de um complexo eólico offshore no litoral cearense, estado de origem da BI. No atual momento, comentou o executivo, a empresa já recebeu o termo de referência para apresentação do estudo de impacto. “Ainda deverá levar cerca de dois anos para estar tudo pronto com a aprovação do Ibama e Capitania dos Portos”, estimou. “A ideia é de termos até 48 torres com aerogeradores de 6 MW de capacidade”, revelou.
Contudo, essa questão de termos projetos offshore no Brasil ainda parece ter um longo caminho pela frente. Tanto que o executivo da BI Energia diz torcer para que o governo incentive essa modalidade de geração por aqui. A tecnologia, disse ele, ainda tem um custo mais elevado que a onshore, mas que esses patamares de preços vêm caindo. Entre os fatores positivos para esses parques está o fator de capacidade desse tipo de máquina, que naquela região estudada pode chegar a até 70%. “Creio que um dia poderemos conseguir participar de leilões assim como ocorreu no passado com a solar fotovoltaica”, finalizou ele.