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O setor solar fotovoltaico conta com cerca de 70 linhas de financiamento para a fonte. Apesar desse volume, a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, quantidade não significa qualidade, por isso, destacou a abertura dos fundos constitucionais para pessoa física como uma forma positiva para o desenvolvimento da geração distribuída. Ao mesmo tempo, considera que a divisão entre os valores dedicados às três regiões deverá ser complementado, uma vez que a maior parte dos recursos de R$ 3,17 bilhões estão dedicados a projetos na região Nordeste.
Segundo o ministro da Integração Nacional, Antônio de Pádua, são mais de R$ 2 bilhões dedicados para o Nordeste, R$ 674 milhões para o Norte e R$ 50 milhões no Centro-Oeste. Esses recursos serão liberados por meio do Banco da Amazônia no Norte, BNB para o Nordeste e o Banco do Brasil para o Centro-Oeste. O ministro revelou durante o Brasil Solar Power 2018, realizado no Rio de Janeiro pelo UBM/Grupo CanalEnergia, que as taxas foram reduzidas para 5,4% ao ano nas duas primeiras e 6,4% na terceira. O prazo é de até oito anos para o pagamento com seis meses de carência.
Rodrigo Sauaia, presidente da Absolar, destacou que as condições apresentadas são competitivas e vão permitir à população ter financiamento de qualidade para investir nessa modalidade de energia. “Agora as pessoas poderão utilizar a economia que terão com o uso desses sistemas para pagar o financiamento sem tirar os recursos do próprio bolso”, comentou ele. “Antes apenas empresas e produtores rurais tinham essa possibilidade, agora podemos democratizar o modelo de negócios de modo que as pessoas tenham alívio no gasto com energia e sem investir, inicialmente, recursos próprios”, disse o executivo.
O potencial aumenta consideravelmente com mais essas linhas de financiamento. Sauaia lembra que o Brasil no geral possui mais de 83 milhões de unidades consumidoras, sendo a maioria dessas no segmento residencial, ou seja, em baixa tensão e que são elegíveis a essas linhas. Só que ainda há apenas 30 mil sistemas instalados.
Contudo, o valor alocado pelo governo ainda poderá ter que ser complementado. “Esse valor de R$ 3,17 bilhões é dedicado para a geração centralizada e distribuída e de forma diferente por região, conformo o ministro comentou. Entendemos que seja provável complementar no futuro esses recursos em regiões que receberam uma fatia menor que são a Centro-Oeste e o Norte do país. Mas, é sem dúvida uma mudança de paradigma e que abre a possibilidade de ampliação da fonte”, destacou.
Essa mudança começou ainda durante a gestão anterior no Ministério de Integração Nacional. O ex-titular da pasta, Helder Barbalho, que esteve presente ao evento, discursou no evento e lembrou que o investimento em energia limpa fazia parte do escopo de atuação desses fundos da década de 80 que é o de dar oportunidade de desenvolvimento a taxas de juros diferenciadas e com carências peculiares para estimular áreas estratégicas para novos negócios.
“Conseguimos convencer a Sudam, Sudene e Sudeco de que investir em energia solar é uma operação econômica que está atrelada à missão dos fundos constitucionais, pois essa energia traz desenvolvimento econômico”, discursou.