A Celse obteve autorização junto a Agência Nacional de Transportes Aquaviários – Antaq para a instalação do navio FSRU Golar Nanook, que irá regaseificar o Gás Natural Liquefeito importado para abastecer parte do Complexo Termoelétrico Porto de Sergipe I.

A aprovação para as Instalações de Apoio ao Transporte Aquaviário é um importante passo para a companhia, visto o registro consistir em um pré-requisito para emissão da autorização da ANP para construção do gasoduto que conectará a embarcação ao complexo – última etapa para que a empresa inicie as obras das Instalações Offshore.

Essa é a primeira aprovação da Agência Reguladora para registro de unidade de regaseificação com base na Resolução Normativa nº 13 de 2016, que dispõe sobre instalações de apoio deste tipo. Para o presidente da Celse, Pedro Litsek, a decisão representa um marco importante para um mercado novo que se consolida como solução de médio prazo para matriz energética nacional, confirmando também o poder normativo da Agência para abraçar novos projetos estratégicos que visam o desenvolvimento do país.

“A autorização demonstra que a agência acompanha a evolução do setor ao permitir de forma inédita a instalação de uma embarcação com sistema de ancoragem próprio, ou seja, sem plataforma ou estrutura portuária”, afirmou. “Abrimos espaço para outros agentes seguirem o mesmo caminho regulatório que a Celse está trilhando”, completou o presidente.

A partir da resolução, a Antaq uniformizou seu entendimento quanto à ausência de transporte marítimo e navegação da FSRU, que fornecerá o gás como combustível da UTE. Litsek reconheceu o empenho e comprometimento da empresa, que abriu inúmeras frentes para diálogo com os órgãos envolvidos na obtenção do registro, buscando assim agilizar a assimilação de um projeto “estratégico para o Brasil, com baixo impacto ambiental e elevado nível de segurança operacional”.

A importância do gás natural para as termoelétricas é confirmada pelo informe técnico “Terminais de Regaseificação de GNL em Portos Brasileiros”, da EPE, ligada ao Ministério de Minas e Energia, que aponta para o “cadastramento de 23 projetos de termelétricas a gás natural no leilão de energia nova A-6, totalizando 21,5 GW (40% da potência cadastrada) em setembro de 2017”. O documento aponta ainda que “os projetos que apresentaram termelétricas associadas aos terminais do gás obtiveram resultados mais competitivos do que as usinas que receberiam gás natural de outras origens”.

O Complexo é formado pela Usina Termoelétrica Porto de Sergipe, que converterá o gás em energia elétrica; pela Linha de Transmissão, que levará energia até a rede de transmissão; e pelas Instalações Offshore, que contemplam uma unidade de armazenamento e regaseificação GNL e gasoduto até a usina. Toda essa estrutura utilizará tecnologia de ponta, o que otimizará a usina em seu nível mais elevado de produção.

A configuração de operação de uma unidade flutuante de armazenamento e regaseificação, em ambiente offshore e ancorada em sistema do tipo soft yoke submarino (SSYS), fornecendo de maneira exclusiva combustível para geração elétrica, a chamada LNG to Power – é inédita no mundo, demonstrando o pioneirismo do empreendimento.

Nessa estruturação inovadora, a FRSU ficará acoplada ao SSYS durante os 25 anos de operação da UTE Porto de Sergipe I, com possibilidade de girar 360º em torno do ponto de conexão, ficando alinhada à somatória das condições de mar. A unidade flutuante terá caráter estacionário, ou seja, não irá realizar qualquer tipo de navegação em águas brasileiras durante toda a extensão do contrato de fornecimento de energia, sendo necessária apenas uma única docagem até 2044.

A construção do complexo teve início em agosto de 2016 e atualmente está na fase de montagem eletromecânica, com 50% da obra concluída. Em 2019, inicia-se a fase de testes e comissionamento, para, em 2020, a usina estar pronta para fornecer energia comercialmente e se consolidar como o maior investimento privado já realizado em Sergipe, cujo valor soma R$ 5 bilhões.