O grupo AES Brasil quer ser líder no mercado de armazenamento de energia no Brasil e vê no leilão de eficiência energética para o atendimento de Roraima uma oportunidade para promover a sua tecnologia. Em 2018, o grupo criou a Fluence, uma join venture em parceria com a Siemens. Entre pedidos e executados, a Fluence totaliza 500 MW em 16 países.
“Existe algumas oportunidades que o governo está trabalhando junto com Abaque para tentar promover algum leilão em Roraima, colocando um sistema que na realidade não é só bateria. É o que eles chamam de microgrid, uma composição de geração, bateria e controle de demanda, para suportar uma determinada área. Essa é uma das grandes oportunidades que a gente tem de implantação de um sistema como esse no Brasil”, disse Ítalo Freiras, presidente da AES Tietê, ao conversar com jornalistas em evento em São Paulo. “Estamos estudando o leilão. A AES é líder dessa tecnológica e porque não também ser líder no Brasil”, completou.
A Abaque é a associação que representa as empresas interessadas no mercado de armazenamento de energia. Na última sexta-feira, 15 de junho, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deu mais um passo no processo de realização do primeiro leilão de eficiência energética no Brasil. A audiência pública em Brasília contou com a presença de 30 participantes e 9 expositores, e serviu para o órgão colher informações.
Segundo Freitas, a regulação brasileira ainda precisa avançar para que os sistemas de armazenamento sejam viáveis para outras aplicações. “Por incrível que pareça, a bateria pode ser uma solução para áreas com alta demanda de energia, ao invés de ampliar uma subestação, você coloca sets de bateria, esses sets podem segurar o sistema e postergar investimentos”, disse o executivo.
De acordo com o executivo, o setor privado tem puxado esse mercado, mas já têm pessoas no governo considerando essa tecnologia. Ele acredita que com o fim do subsídio do fio para as fontes renováveis e com essa geração tendo que cumprir uma curva de atendimento a carga, vai se abrir um grande mercado para armazenamento de energia no Brasil.
Nesta terça-feira, 19 de junho, a AES Tietê apresentou seu primeiro projeto de armazenamento. O projeto, que nasceu no contexto de um programa de pesquisa de desenvolvimento da Aneel, está instalado na hidrelétrica de Bariri. A AES Tietê investiu R$ 5,4 milhões. O sistema de 161 kW, expansível para 1 MW, permite que o excedente de energia gerado pela usina possa ser armazenado e usado em momento mais oportuno.
No campo industrial, o diretor de relacionamento com o cliente da AES, Rogério Jorge, disse que a empresa conversa com pelo menos 10 clientes interessados na tecnologia de armazenamento. Ele garante que em algumas regiões do país o sistema de baterias já é capaz de competir com a geração a diesel, além de todo o apelo ambiental.