O Banco do Brasil e a EDP firmaram o maior contrato de compra e venda de energia na modalidade varejista. Pelo valor de R$ 86 milhões, o BB comprou 400 GWh (10 MW médios) para atender a demanda de 24 edifícios administrativos localizados em 14 estados do país. O volume contratado equivale ao consumo anual de uma cidade de 130 mil habitantes.
O contrato é de cinco anos (2019-2023). Ao longo desse período, o consumo anual de energia elétrica do Banco do Brasil está estimado 3.500 GWh ano, o que representaria um gasto de R$ 450 milhões. Com a compra no mercado livre, o BB estima economizar cerca de R$ 50 milhões (25%) em gastos com energia elétrica se comparado com o custo se essa energia fosse consumida no mercado cativo.
A EDP foi vencedora do pregão eletrônico que ocorreu em abril. Participaram da disputa CPFL Energia e a Copel. A energia adquirida é do tipo incentivada, portanto, originária de fontes renováveis, como eólica e solar, o que “reafirma o compromisso do BB na adoção de ações que envolvem todos os aspectos da sustentabilidade e a adoção de critérios socioambientais em nossos processos, práticas e negócios”.
Na modalidade varejista, o Banco do Brasil não tem relação com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), sendo que sua representação no mercado livre se dará por meio da EDP. Dentre as vantagens oferecidas na modalidade varejista, estão a redução de preços e condições, não aplicação de custo adicional com bandeira tarifária, gastos com gerenciamento de energia, além da previsibilidade na conta de energia elétrica.
“Esse é um primeiro movimento que estamos fazendo no ataque dessa despesa, vamos ver outros movimentos semelhantes com outros prédios”, disse Paulo Caffarelli, presidente do Banco do Brasil. A energia elétrica é a sétima maior despesa do banco. Caffarelli informou que o BB pretende investir em energia solar distribuída para atender ao consumo das agências e na substituição de lâmpadas e luminárias pela tecnologia de LED. “Isso vai nos proporcionar um volume muito grande de economia de energia”, disse o executivo.
A assinatura do contrato foi realizada nesta quarta-feira, 20 de junho, em São Paulo, na sede do Banco do Brasil. O evento contou com a presença do presidente da EDP, Miguel Setas. “Esse é o primeiro grande contrato do mercado varejista. O mercado varejista é um avanço naquilo que é um movimento de abertura do mercado livre”, disse Setas. O BB é o 13º cliente da EDP na modalidade varejista.
A modalidade varejista é uma novidade no mercado de energia. Permite que pequenos consumidores de energia acessem ao mercado livre, sem necessariamente serem agentes da CCEE, o que reduz custos para os clientes e abre um novo mercado para as comercializadoras.