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A elétrica portuguesa EDP planeja duplicar seus resultados no Brasil nos próximos três anos. Diferente dos últimos cinco anos em que a expansão da companhia se deu pela construção de usinas hidrelétricas, esse novo ciclo de crescimento passará necessariamente pelos setores regulados, de distribuição e de transmissão, disse Miguel Setas, presidente da companhia.
“Temos uma expectativa de nos próximos três anos duplicar a nossa dimensão em termos de resultados que a nossa operação gera no Brasil”, declarou o executivo em entrevista em São Paulo, nesta quarta-feira, 20 de junho, após assinatura do maior contrato no modelo de comercialização varejista com o Banco do Brasil.
Segundo o Setas, a EDP pretende ter uma participação “relevante” no próximo leilão de transmissão, previsto para 28 de junho. A empresa irá disputar o Lote 1 em parceria com a Celesc, mas também pretende concorrer em outros empreendimentos sozinha. O executivo espera uma competição equivalente aos dos últimos leilões de transmissão, mas disse que a EDP está preparada para um leilão competitivo.
“O ambiente competitivo se intensificou muito nesses últimos anos, com deságios expressivos, rentabilidade pressionada, mas ainda assim interessante”, avaliou. A empresa já tem o desafio de investir R$ 3,1 bilhões no setor de transmissão, fruto de lotes conquistados em leilões recentes.
No segmento de distribuição, Setas disse que está muito satisfeito com a aquisição e a parceria feita com a Celesc, que atende ao estado de Santa Catarina. A EDP pagou cerca de R$ 300 milhões por 20% de participação na elétrica estadual. Dos novos investimentos no setor de transmissão, R$ 1,2 bilhão está no estado catarinense. “Se formos vencedores do lote 1, serão mais R$ 700 milhões, totalizando R$ 2,2 bilhões de investimento em Santa Catarina.”
Ele continuou: “Em função do que se viu em São Paulo, o passo que demos em Santa Cataria mostrou-se ainda mais correto do ponto de vista de estratégia. Se tivéssemos ficados à esperada de uma disputa como vimos em São Paulo, tínhamos passado por um processo de competição muito agressivo, onde nós não participamos e não participaríamos porque achamos que não estariam asseguradas as condições adequadas para rentabilidade do nosso investimento”, comentou Setas se referindo à disputa entre a Neoenergia e a Enel pelo controle da Eletropaulo.
A EDP também dobrou seus investimentos em suas concessões nos estados de São Paulo e Espírito Santo. Historicamente, a empresa investiu R$ 300 milhões na rede de distribuição nos últimos anos. Esse volume de investimento passou para R$ 600 milhões. O resultado dos recursos que estão sendo aplicados na ampliação da base de ativos regulatórios será medido no próximo ciclo de revisão tarifária das distribuidoras, previsto para 2019.