O presidente da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães, esteve reunido com o deputado Júlio Lopes (PP-RJ) e com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Dyogo Oliveira, para renegociar a dívida da empresa com o banco. O assunto é fundamental para a retomada das obras de Angra 3. A dívida do projeto nuclear com o BNDES soma R$ 2,8 bilhões.
Segundo a Eletronuclear, o encontro foi produtivo e ficou acertado que a renegociação será estudada pela equipe técnica do BNDES, junto a outras opções, para que essa situação não prejudique o sistema elétrico brasileiro. Júlio Lopes sugeriu um alongamento do contratado de financiamento da Eletronuclear com o banco.
O relator da Medida Provisória (MP) 814/2017 – que tratava da privatização da Eletrobras, cuja vigência expirou no início deste mês e que incluía um trecho tratando do reajuste do valor da tarifa de energia de Angra 3 – disse que a renegociação se faz necessária.
O deputado fez uma indicação legislativa (5340/18) ao Ministério de Minas e Energia (MME), que poderá permitir a equalização da tarifa de energia elétrica da usina praticada no âmbito do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). “Com isso a Eletronuclear alcançaria o seu reequilíbrio financeiro e retomaria as obras”, explicou.
“A Eletronuclear é uma fonte vital de arrecadação para o Estado do Rio e responsável pelo pagamento dos royalties investidos na saúde de Angra dos Reis, Mangaratiba, Paraty e Rio Claro”, concluiu o deputado.
Angra 3, cuja construção no Rio de Janeiro está paralisada desde 2015, foi projetada para ter 1350 MW de potência instalada. Desde o início das obras civis em 1986, cerca de R$ 10 bilhões já foram investidos no projeto e mais R$ 13 bilhões são necessários para concluir a obra.