Através de uma demanda da Diretoria, as áreas técnicas da Agência Nacional de Energia Elétrica iniciaram um trabalho para melhoria da eficiência energética nas instalações da Agência. A primeira etapa do projeto refere-se a uma usina fotovoltaica, que será inaugurada na próxima terça-feira, 26 de junho, às 11h no prédio da Aneel. Trata-se de uma unidade de microgeração distribuída, que terá geração anual entre 650 MWh e 800 MWh, numa média de 710 MWh/ano. O objetivo é atender entre 18% e 20% do consumo anual da autarquia.
O projeto faz parte do Programa de Eficiência Energética que vem sendo implementado na Aneel desde 2014. O investimento nesta fase é da ordem de R$ 1,8 milhão. Já as outras etapas, a de iluminação e a de climatização, ainda estão em implementação e licitação respectivamente, e deverão contar com um aporte de recursos de R$ 1,3 milhão e 3,5 milhões, respectivamente.
A UFV contará com 1.760 painéis de 1,65 m² e potência instalada de 510,40 quilowatts-pico (kWp), dispostos de forma a otimizar o aproveitamento dos raios solares, evitando por exemplo regiões sombreadas das edificações. A área total ocupada pelos módulos e pelos seus acessos será de 3.580 m². Cada conjunto de 96 módulos foi conectado em um inversor, e todos os inversores serão monitorados numa central de operação, com dados unificados.
Segundo a Aneel, a energia gerada compensará o consumo do prédio da Agência pelo mecanismo do Sistema de Compensação de Energia, no qual até a geração nos fins de semana poderá ser injetada na rede e depois devolvida para a Agência.
A realização do projeto foi possível graças a elaboração de um contrato de desempenho, desenvolvido de forma pioneira dentro do setor público. O contrato permitiu a inclusão da obra dentro do Projeto de Eficiência Energética (PEE) da Companhia Energética de Brasília (CEB). O acordo prevê que a CEB aplique o dinheiro do PEE na usina solar da Aneel e, à medida que a usina gera energia, a fatura da autarquia diminui. A Agência continuará pagando o restante da conta até amortizar todo o investimento e quando o dinheiro voltar para a companhia será aplicado em outros projetos de eficiência energética, com retorno para todos os consumidores atendidos pela distribuidora.
Para o Superintendente de Pesquisa e Desenvolvimento e Eficiência Energética, Ailson de Souza Barbosa, a Aneel deu um grande exemplo para o setor elétrico e público, com a instalação da usina: “A Agência mostrou que é possível implementar uma iniciativa que gera lucratividade e benefícios por várias décadas mesmo após a amortização do investimento. Além disso, existe o fator de inserção da eficiência energética na cultura das instituições públicas. Precisamos considerar esse elemento no nosso dia-a-dia, aplicar os recursos de forma objetiva e garantir uma economia real de energia”, ressaltou.
O prédio, construído em 1984, é composto por três blocos (H, I e J). A energia da usina já está sendo produzida no bloco H e a previsão é que os blocos I e J também produzam até o final de julho. A Especialista em Regulação, Sheyla Maria das Neves, disse que, apesar de antigo, o edifício foi pensado de forma eficiente. “A disposição dos blocos permite que um faça sombra no outro e assim haja diminuição de carga térmica, além disso, a instalação de brises proporcionou uma diminuição da incidência solar. Tudo isso causou uma surpresa positiva e ajudará bastante na etiquetagem das instalações”, afirmou.
A edificação concorrerá ainda à etiquetagem pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem – PBE. O objetivo é obter a Etiqueta A de Eficiência Energética, o que coloca o prédio e seus respectivos blocos como um exemplo de eficiência para prédios públicos. Toda a concepção do projeto contou com um acordo de cooperação com a Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeite GmbH – GIZ, que também apresentou dois projetos básicos para as instalações iluminação e ar-condicionado.
