Uma plataforma com 87,5 metros de comprimento, 30 de largura e 6 de profundidade. Essas são as dimensões da Locar Pipe, que além de maior é a primeira balsa lançadora de dutos em águas rasas inteiramente construída em território brasileiro. Pronta desde 2013, a embarcação será utilizada pela primeira vez na estruturação de uma termoelétrica da Celse no Sergipe.
Para a construção da embarcação foram investidos R$ 140 milhões, considerando valores dos equipamentos, projetos, profissionais envolvidos e peças fabricadas “Este foi o maior investimento em um único equipamento feito pela Locar Guindastes e Transportes Intermodais. Acreditamos no potencial da embarcação, na utilidade e relevância em construir algo genuinamente brasileiro”, declarou José Henrique Bravo Alves, vice-presidente da empresa.
A operação será responsável pelo lançamento de 547 dutos ao mar, com 12 metros de comprimento, 18 polegadas, revestidos de concreto, e que farão a movimentação e condução dos fluidos produzidos no campo de petróleo e gás da termelétrica. A saída do equipamento da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, está prevista para 10 de julho. Durante 12 dias o navio percorrerá toda a costa brasileira até chegar em Aracaju (SE).
Projetada em 2012 pelos engenheiros da Locar, a estação flutuante conta com cinco andares, acomodações para 160 tripulantes, camarotes para os comandantes, cozinha industrial e amplo refeitório. A estrutura também inclui heliponto, guindaste sobre ringer e cinco geradores elétricos para movimentação dos guindastes.
A contratação do equipamento foi feita pela Sapura Energy do Brasil, empresa terceirizada pela Celse, com vistas à construção da Usina Termoelétrica Porto de Sergipe, que integrará o Complexo de Geração de Energia Governador Marcelo Déda, tornando-se a maior do gênero na América Latina.
Segundo Bravo, após cinco anos estacionada, a estreia da Locar Pipe em uma construção de grande porte, como uma UTE, representa uma importante mudança de cenário no setor petrolífero. “Acreditamos que estamos caminhando para uma evolução causada pela movimentação e novos investimentos no mercado”, comentou o vice-presidente, demonstrando otimismo.
O procedimento, que contará com o trabalho de mais de 150 colaboradores da Locar e da Sapura, terá duração de aproximadamente 22 dias, com retorno ao Rio previsto para agosto. “Este tipo de serviço é delicado e demorado, pois é feito em alto mar e dependemos de condições climáticas favoráveis”, explicou Rubem Santos Filho, Superintendente Operacional da Área Marítima na Locar.