O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica, Romeu Rufino, considera que o aumento médio de 15,84% nas tarifas da Eletropaulo não é um ponto fora da curva em relação às expectativas  da autarquia sobre os processos tarifários desse ano. O reajuste anual da distribuidora foi aprovado pela Aneel nesta terça-feira, 3 de julho, e vai entrar em vigor na quarta-feira, 4.

O custo de aquisição de energia teve participação significativa nos índices finais da empresa, tanto na parcela econômica (6,63%) quanto na parte financeira da tarifa ( 5,93%). Os encargos setoriais contribuíram com 2,58% e as despesas com transmissão foram reduzidas em 0,58%.

Rufino explicou que alguns reajustes tem caminhado em 2018 mais ou menos na casa dos 10%, mas o impacto para o consumidor acontece de forma diferenciada porque cada distribuidora tem seu mix de compra de energia. Essa cesta de contratos pode ter participação maior ou menor das usinas em regime de cotas. Há ainda, para as que são cotistas da hidrelétrica de Itaipu, o peso da variação do dólar, que em 2018 tem sido significativo.

Por outro lado, o peso dos encargos setoriais pode ser maior ou menor, já que a Conta de Desenvolvimento Energético afeta mais as distribuidoras do Centro-Sul do país que as das regiões Norte e Nordeste. Há, finalmente, diferenças em relação aos custos financeiros de despesas que ainda não foram reconhecidas na tarifa, ou já foram pagas no processo tarifário anterior e serão retiradas no processo atual.