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Os bancos comerciais estão próximos de encontrar uma solução de financiamento economicamente viável que dê segurança às instituições financeiras para apoiar o mercado de geração solar distribuída no Brasil. Os estudos foram iniciados em junho de 2017, liderados pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Concluiu-se que o melhor caminho é um modelo de análise de crédito que considere tanto o risco do projeto (payback e garantias técnicas e financeiras) quanto o perfil de quem solicita o crédito (usuário do sistema de geração).

O modelo de análise de crédito integrado foi concluído neste mês e será testado por oito bancos. Esse piloto deverá ser finalizado em setembro. Caso se comprovem os resultados positivos, o modelo será oferecido para uso em todo o mercado. “A ideia é encerrar esse ano com um modelo testado, divulgado e pronto para operar em qualquer instituição bancária”, afirmou Mario Sérgio Vasconcelos, diretor de Relações Institucionais da Febraban, em entrevista à Agência CanalEnergia.

De acordo com Vasconcelos, os estudos demostraram que o principal gargalo para a concessão de financiamento de projetos desta natureza era a falta de um modelo de análise brasileiro que também levasse em consideração o risco técnico e de performance das usinas de energia solar a serem construídas e postas em funcionamento. A metodologia utilizada atualmente usa como base para avaliação apenas o risco de crédito de desenvolvedores e instaladores, o que dificultava o financiamento de projetos com grande viabilidade sobre os quais ainda não havia informação suficiente.

Além da Febraban, estão envolvidos nesse projeto o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar ) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV). A iniciativa prevê a participação da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que deverá certificar os fornecedores e implementadores que podem ser contratados, a partir de uma lista de requerimentos elaborada pela Febraban e a própria ABNT.

O novo modelo deve facilitar a análise e aprovação do financiamento para projetos de energia solar fotovoltaica, ao estabelecer novos padrões consistentes de avaliação, não só dos projetos, mas também de toda a metodologia de acompanhamento.

Segundo Vasconcelos, não há dúvidas quanto ao potencial do mercado solar brasileiro de geração distribuída, nem sobre a contribuição que a tecnologia pode dar para redução de gases de efeito estufa e para o atingimento das metas do Acordo do Clima. “Na nossa visão, sustentabilidade vai se tornar uma coisa relevante quando ela se traduzir em novas atividades econômicas, gerando emprego, renda e benefícios para a comunidade onde ela está implementada”, declarou o executivo.

GARANTIAS

O modelo de financiamento pensado pelos bancos comerciais considerará tanto o risco do projeto quanto o risco do tomador do crédito. Quando ao risco de técnico, a ABNT criou uma lista de requerimento que cada projeto precisará atender. A performance do projeto e o payback serão importantes na definição do risco técnico, pois quanto maior o prazo de retorno, maior o risco.

Para os critérios técnicos, serão atribuídas pontuações que serão somadas as garantias oferecidas pelo tomador do crédito. O tomador poderá oferecer garantias de performance, seguro de implementação engenharia, recebíveis e até o próprio imóvel, por exemplo.

As pontuações desses dois conjuntos de informações serão somadas a análise de crédito tradicional já feita pelos bancos para calcular o risco de crédito do cliente. “Esse conjunto de informações vai mostrar o risco total da operação. Com isso esperamos que os bancos passem a ter mais interesse em participar desses projetos”, disse Vasconcelos.

Os públicos alvos do modelo de financiamento são pessoas físicas (projetos faixa de até R$ 50 mil) e pessoas jurídicas (projetos com custos entre R$ 500 mil até R$ 25 milhões).