Responsável por 87% de todo o gás natural utilizado em São Paulo, a indústria teve papel decisivo no aumento de 10,7% do consumo de gás de todo o Estado em 2017, atingindo a marca de 5 bilhões de m³. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Energia e Mineração na última quinta-feira, 5 de julho.

O segmento de alimentos e bebidas registrou o maior crescimento de todo o setor industrial, com alta de 38,1%. A única área que registrou redução foi a química, com baixa de 0,3%.

Para João Carlos Meirelles, secretário de Energia e Mineração do Estado de São Paulo, o gás natural é um energético seguro e que possui baixa emissão de poluentes: “Com o crescimento da produção de gás no pré-sal, estamos trabalhando para aumentar o consumo não só para o setor residencial e industrial, mas também para a geração de energia elétrica”, explicou.

O setor residencial teve alta de 6,8%, com consumo total de 267 milhões de m³. Devido a ampliação da conexão das residências à rede de gás canalizado, nos últimos 10 anos esse segmento apresentou aumento de 89,4% no consumo. Por sua vez o comércio utilizou 152 milhões de m³ em 2017, acréscimo de 6,3%. Tanto o setor comercial quanto o industrial apresentaram crescimento nos últimos 10 anos. Já a produção de gás natural no Estado durante o período foi de 6,2 bilhões de m³, um aumento de 6,4% em relação a 2016.

Gás natural em São Paulo

Maior consumidor de gás natural do Brasil, o Estado de SP está apostando no insumo como transição para as energias renováveis e na garantia da segurança energética do maior parque industrial do país.

O Estado está dividido em três áreas de concessão de distribuição de gás canalizado, sendo atendido pelas empresas Comgás, Gás Brasiliano e Gás Natural Fenosa. A região conta com uma extensa rede de gasodutos, que trazem o gás da Bolívia e da Bacia Santos para o consumo local e também para o transporte do insumo para o Sul do país, Minas Gerais e Rio de Janeiro. São 18.694 mil quilômetros de rede de gasodutos ao todo, abrangendo 143 cidades.

Expansão da rede de gás

O plano aprovado no Cepe em 2016, prevê a expansão do gás canalizado do estado juntamente com as concessionárias Comgás, GasBrasiliano e Gás Natural Fenosa. Até 2029 a rede paulista irá ampliar de 143 para 285 o número de municípios atendidos com o gás.

Novas termelétricas

A Emae – Empresa Metropolitana de Água e Energia, vinculada à Secretaria de Energia e Mineração, assinou em março de 2018 contrato de formação de consórcio com a empresa Gasen para construir uma termoelétrica a gás na sede da estatal, localizada no bairro de Pedreira, zona sul da Capital.

Com investimento de R$ 5 bilhões por parte da Gasen, o consórcio público-privado terá ainda como parceira a alemã Siemens, que ficará responsável pelo fornecimento de equipamentos da ilha de potência e subestação, além de dar suporte técnico e comercial na configuração da usina. A Emae fará parte do consórcio fornecendo a infraestrutura local com terreno, facilidade de conexão ao gasoduto e à rede de alta tensão, e realizando o licenciamento ambiental do empreendimento.

A estimativa é que o parque térmico consuma cerca de 6 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, ampliando o consumo de gás natural do estado que atualmente está em 19 milhões de metros cúbicos por dia. A usina deverá entrar em operação em 2024.