A geração solar distribuída avança no Brasil: são mais de 31 mil mini e micro usinas fotovoltaicas espalhadas pelo país. A maioria, 77%, podem ser encontradas nos telhados de casas, abastecendo residências. No entanto, esse tipo de atividade vem despertando também o interesse por parte do agronegócio. A ampliação das linhas de crédito específicas para o setor rural e demais facilidades de acesso atraem cada vez mais a atenção dos produtores que, ao instalarem sistemas fotovoltaicos em suas propriedades, colhem uma economia de até 96% no valor da fatura e – depois que o investimento é quitado – aquele valor que era antes um custo na conta de energia converte-se em mais lucro para a propriedade.
“Temos vários exemplos do uso da energia fotovoltaica em diferentes propriedades rurais, seja para manter climatizados silos de armazenagem, equipamentos de irrigação ou ainda para abastecer as granjas de frangos e suínos”, explicou Rodolfo de Sousa Pinto, presidente da Engie Geração Solar Distribuída, uma das líderes do mercado de microgeração solar distribuída, com mais de 2.000 instalações no Brasil. “Além da vantagem de ser proveniente de fonte renovável, a energia solar fotovoltaica proporciona economia na fatura de energia elétrica e demonstra que veio para impulsionar ainda mais o agronegócio brasileiro, ampliando suas margens de lucro”, completou.
Um exemplo pertinente é o da Fazenda São João, localizada em Rio Verde (GO) e que, desde dezembro de 2017, conta com três mini UFVs instaladas pela Engie para abastecer cinco núcleos produtivos, quatro de aves e um de suínos. O investimento foi financiado por meio do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste – FCO Rural, cujo payback está estimado em cinco anos – mas com grandes chances de redução desse tempo, dependendo dos futuros reajustes tarifários.
“A garantia das placas é de 25 anos. Então, depois de quitado o financiamento, teremos eletricidade praticamente de graça na propriedade, pagando apenas as taxas da concessionária. Essa é a expectativa e a grande vantagem do investimento na geração própria, a possibilidade de ter energia a custo próximo de zero”, explicou Silvio Paravisi, proprietário da Fazenda que tem capacidade de produção de cerca de 2,5 milhões de aves e 13,5 mil suínos por ano.
Os sistemas da Fazenda, que somam potência de 278,25 kWp e capacidade para gerar 431.250 kWh/ano, foram dimensionados para suprir o consumo energético das granjas, injetando o excedente no sistema e podendo ser usada pelo proprietário em sua residência. “Podemos afirmar que, hoje, 100% da energia que abastece o consumo das granjas é proveniente da luz solar”, declarou Paravisi.