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Está sendo elaborado pelo Shell Research Centre for Gas e o Instituto de Gás e Energia da Universidade de São Paulo um Atlas de Carbon Capture Storage (Armazenamento e Captura de Carbono) no Sul e Sudeste. De acordo com o professor do Instituto de Gás e Energia da USP, Colombo Celso Tassinari, o atlas vai abordar o potencial da captura, que hoje é usada como uma política de mitigação dos impactos de emissões de CO2.  O atlas também vai analisar a chance de se estocar o CO2 em reservatórios geológicos. “Um dos objetivos do projeto é avaliar as possíveis rochas do Sul e Sudeste, que poderiam armazenar quantidade de CO2 produzidas pelas fontes emissoras”, explica.

Ainda de acordo com Tassinari, esse armazenamento pode ser feito em rochas localizadas a mais de mil metros de profundidade. O mapeamento será feito em duas áreas diferentes. Uma é onshore, a bacia sedimentar do Paraná, que passa pelos estados de Mato Grosso. São Paulo e Santa Catarina, passando pelo Paraguai e Argentina. A outra é offshore, na bacia de Santos, onde há emissão de CO2 nas áreas produtoras de petróleo. Serão usados critérios internacionais para qualificar uma rocha com própria para a estocagem de CO2.

As fontes emissoras de CO2 do estudo serão apenas as fixas, como indústrias de cimento, siderúrgicas, áreas produtoras de petróleo e usinas térmicas a carvão. Ele exemplifica como pode ser a captura em uma térmica movida a carvão. Uma UTE que emita uma quantidade de CO2 relativamente alta pode se capturar o CO2 na própria usina e se ela estiver situada em uma região que contenha rochas favoráveis para armazenar o CO2 pode ser reinjetado nessas próprias rochas sem haver necessidade de transporte. “Isso é uma coisa importante do ponto de vista do ambiente, é a aplicabilidade de se caracterizar onde se pode estocar CO2 com segurança em quantidades significativas”, aponta.

Ele explica que a tendência mundial hoje é a de se armazenar o dióxido de carbono em campos de petróleo em que já não é mais econômica a extração de petróleo. Essa injeção de CO2 pode ser feita através do mesmo poço de onde foi tirado o óleo. “No caso da bacia de Santos, o petróleo das camadas pré e pós sal já é rico em CO2, o que se transforma em problema, já que não se pode queimar o CO2 como antigamente”, observa.

A rocha de folhelho teria vantagem sobre as outras, já que elas retêm naturalmente a substância e não precisam de outras rochas chamada de selantes que impeçam o seu escape. O folhelho – que é a rocha de onde se extrai o shale gas – permite que se injete o CO2 e o retire o gás que está armazenado na rocha. Ainda na área de termelétricas, seria possível a construção de uma usina sobre um depósito, tirar o gás de folhelho para ela e injetar o CO2 emitido.

O projeto deve ser finalizado em setembro de 2020, com a apresentação do atlas em formato digital. São nove pesquisadores diretos, mais uma dezena de pós-graduandos de mestrado e doutorado. No atlas vão estar as fontes emissoras de CO2, as discussões sobre as áreas favoráveis ao seu armazenamento, aonde elas se situam e critérios para avaliações de impactos ambientais na estocagem da substância nos locais. A partir daí, poderá ser definido onde o CO2 vai ser armazenado.