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O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) recomendou a descontratação da termelétrica Araguaia (MT-23MW), tendo em vista que a entrada em operação do sistema de transmissão LT 230 kV Paranatinga -Canarana e da Subestação Canarana 230/138 kV solucionou o problema energético de forma estrutural da região do Baixo Araguaia, considerada de grande importância para o estado de Mato Grosso por sua produção agrícola.
“Desse modo, o agente Eletronorte será informado da decisão para descontratação da usina até julho de 2018”, escreveu o CMSE na ata da reunião de 6 de junho do Conselho. O documento não é disponibilizado imediatamente após os encontros. A ata da reunião de julho ainda não está disponível.
Localizada no município de Querência (MT), a UTE Araguaia, movida a óleo, entrou em operação em abril de 2016 para atender de forma temporária e excepcional a região do Baixo Araguaia, situada entre os rios Xingu e Araguaia, no nordeste mato-grossense, caracterizada pelo avanço no cultivo da soja e da pecuária.
A térmica a óleo tem capacidade de geração de 23 MW e é de propriedade da Eletronorte. A operação temporária deveria durar até 2019 ou até a entrada em operação da solução estrutural para atender às cargas do Araguaia. No dia 19 de junho, a Aneel definiu o Custo Variável Unitário (CVU) da usina, visando o ressarcimento da Eletronorte pela geração da UTE Araguaia. O valor de CVU foi fixado em de R$ 1.012,26/MWh.
ANTECIPAÇÃO ESTRATÉGICA
O desligamento da usina só foi possível porque a chinesa State Grid conseguiu antecipar em 24 meses a operação do sistema Paranatinga-Canarana, com 275 km de extensão. A linha foi objeto do “Lote O” do leilão nº 13/2015. Contratualmente, a empresa tinha a obrigação de entregar o empreendimento em 27 de junho de 2020, mas energizou a linha em 3 de junho de 2018, configurando dois anos de antecipação.
As obras foram iniciadas em 22 de março de 2017. Foram instaladas aproximadamente 525 torres, percurso que passa ao lado da Reversa Biológica Caluene. Segundo a State Grid, foram investidos R$ 350 milhões no empreendimento. Foram gerados 610 empregos diretos durante a obra. A State Grid Brazil Holding opera 9.860 km de linhas de transmissão no Brasil e constrói outros 6.830 km. Clique aqui para assistir ao vídeo institucional da obra.