O setor elétrico ficou com US$ 750 bilhões dos US$ 1,8 trilhão que foram investidos em 2017 na área de energia, de acordo com a última revisão da Agência Internacional de Energia sobre os gastos globais com energia. A área de petróleo e gás ficou com US$ 715 bilhões, o que mostra que pelo segundo ano seguido ela é superada pelo setor elétrico, que foi puxado pelo forte investimento em redes e mostra que o setor uma alta eletrificação.

A AIE também aponta que depois de muitos anos aumentando investimento global combinado em energias renováveis e eficiência energética diminuiu 3% em 2017 e corre o risco de cair também este ano. Os investimentos em renováveis recuaram 7% em 2017. Alterações na política de implantação de painéis solares na China, que responde por 40% do investimento em solar fotovoltaica, aumentam o risco de diminuição.

Houve queda de 2% nos investimentos na comparação com o ano anterior. Os investimentos bancados pelo estado foram responsáveis por uma parcela crescente do investimento global em energia, já que elas têm permanecido mais resilientes em petróleo e gás e energia térmica na comparação com players privados. A participação do investimento global em energia impulsionado por empresas estatais aumentou nos últimos cinco anos para mais de 40% em 2017. Outro tema que traz apreensão é que os gastos com eficiência energética, embora tenha crescido no ano passado não foram capazes de compensar o declínio das energias renováveis.

A participação de fósseis no fornecimento de energia cresceu pela primeira vez desde 2017. O diretor executivo da AIE, Fatih Birol, se mostrou preocupado com esses dados de recuo. Segundo ele, isso poderia ameaçar a expansão da energia limpa que é necessária para o cumprimento das metas globais.

O relatório diz ainda que as políticas governamentais estão desempenhando um papel crescente na condução dos gastos privados. Em 2017, a participação do investimento global em energia puxado pelas estatais cresceu mais de 40%. Em todos os investimentos no setor de energia, mais de 95% é baseado em regulamentação ou contratos, com destaque maior para novos projetos que tem por base exclusiva receitas de preços variáveis em mercados competitivos.