A EDP e a fabricante de automóveis BMW inauguraram oficialmente o corredor com postos para carregamento de carros elétricos que ligará as duas maiores cidades do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro. A iniciativa contou com investimento de R$ 1 milhão para a instalação de seis equipamentos em seis postos de combustível tradicional da marca Ipiranga ao longo da rodovia BR-116, este trecho é conhecido popularmente como Presidente Dutra. Os 430 quilômetros que separam as cidades pode ser percorridos totalmente por um carro elétrico, sem necessidade de utilizar combustível fóssil mesmo com um automóvel totalmente elétrico de autonomia de cerca de 150 quilômetros, como o modelo i3 da montadora alemã. Os postos estarão disponíveis a partir da próxima segunda-feira, 23 de julho.
A distância máxima entre os eletropostos desse projeto piloto é de 122 km de distância. São três pontos de carregamento rápido em cada sentido, sendo que a capacidade de cada um é de dois carros ao mesmo tempo. E os plugues não são exclusivos para a marca germânica, podendo ser utilizado também por outros modelos, carros híbridos e motocicletas. O tempo estimado para abastecimento da bateria de 22 kWh é de 25 minutos para 80% da carga. Na avaliação de Helder Boa Vida, CEO do BMW Group Brasil, “é o tempo de fazer uma parada, tomar um café, conversar um pouco e o carro já está pronto para seguir viagem”.
Nos seis primeiros meses, comentou Miguel Setas, presidente da EDP Brasil, o carregamento será gratuito. Depois desse período, acrescentou, deverá ser cobrado um valor, mas ainda não está decidido qual deverá ser o preço. Provavelmente, disse ele, algo próximo da tarifa da energia da distribuidora no local do posto. A EDP é a controladora da concessionária que atende à região no Vale do Paraíba, por onde passa a rodovia.
Para efeitos de comparação as empresas apresentaram uma estimativa de custos com carro abastecido a gasolina e consumo de 10 km por litro em média. O gasto com um elétrico, caso a energia do carregamento já fosse paga, seria de 20% do dispensado com o combustível fóssil. “Claro que esse valor depende do tipo de combustível que você utiliza, mas essa relação entre o elétrico e o tradicional pode ser de no máximo 25%”, comentou Setas.
O executivo da EDP comentou ainda que os recursos não são investimentos de P&D da Aneel e sim investimento direto das empresas, sendo 60% da EDP e 40% da BMW e, basicamente referem-se ao custo de implantação dos postos, bem como o reforço da estrutura elétrica dos postos onde estão instalados, ao longo da rodovia nos municípios de Guararema, São José dos Campos, Guaratinguetá e Queluz no estado de São Paulo, e dois no município de Piraí, já no estado do Rio de Janeiro.
Ambos executivos fizeram a viagem do Rio a São Paulo nesta quarta-feira, 18 de julho, e levaram pouco mais de seis horas. Esse tempo levou em conta os encontros de ambos com startups enquanto era realizado o carregamento do modelo i3 no qual viajaram. Foram quatro empresas, a SAMI Sistemas de Energia, TURBI, Electric Dreams e ZazCar, em reuniões em dois dos eletropostos utilizados para chegar em São Paulo. Desses, os executivos escolherão um projeto para desenvolvê-lo com a EDP e a BMW.
Os recursos para o financiamento, comentou Setas, não terá origem da Venture Capital que a empresa portuguesa mantém em seu programa de aceleração de startups, tema que já foi abordado em
reportagem especial no início deste ano pela
Agência CanalEnergia.