Durante o mês de junho, a Celpa contabilizou 1.834 casos de interrupção do fornecimento de energia elétrica em todo o Pará por causa das pipas que ficam enroscadas na fiação. Esse número representa um aumento de aproximadamente 40% desse tipo de ocorrência em relação ao mesmo período do ano passado. Só em Belém, o número de casos foi de 389, seguido de Ananindeua, com 161, e Castanhal com 124. O ideal é que esse indicador não volte a crescer em julho, quando a prática se intensifica.

Em um ranking elaborado pela empresa que elenca as cidades que apresentam mais ocorrências de falta de energia em junho, ainda aparecem Capanema com cerca de 37 casos de falta de energia por ‘papagaios’. Logo em seguida, vem Santarém com 35 casos, seguido de Bragança e Marabá com mais de 30 interrupções motivadas pela brincadeira. Ainda de acordo com a concessionária, desde o início do ano já foi possível registrar cerca de 4 mil situações de falta de energia ocasionadas por pipas no Pará.

O executivo da área de Segurança da Celpa, Alex Fernandes, orienta que além das interrupções no fornecimento de energia, a atividade pode causar acidentes graves e até fatais. “Quando as pipas ficarem engatadas na fiação elétrica, jamais deve ser feito qualquer esforço para soltá-las, pois o contato de um cabo com o outro pode causar curto-circuito e descargas elétricas, podendo levar o cidadão a morte”, ressaltou o executivo.

Ano passado, milhares de pessoas no estado foram prejudicadas pela prática da atividade próximo a fiação: mais de 7,5 mil ocorrências, juntando os meses de janeiro, maio, junho e julho, que são caracterizados também pelas férias escolares.  Os ‘papagaios’ que ficam enroscadas nos cabos também exigem ações de reparos para retirá-los da fiação, com custos que poderiam ser investidos em outras iniciativas de melhoria do sistema elétrico.

 A companhia destacou ainda que as linhas com cerol (mistura de cola com vidro moído, em alguns casos até com pó de ferro), ao entrar em contato com a fiação elétrica, também podem provocar curto-circuito e até mesmo romper cabos. O risco de acidentes com cortes, sobretudo, nas pessoas que circulam em motocicletas ou bicicletas é muito grande. Por isso o ideal é empinar as pipas sem o uso do cerol.