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Se há algum tempo atrás a questão da gestão de energia pudesse ser resumida em pagar uma conta no mercado regulado, o cenário atual apresenta novas práticas, como a eficiência energética e o mercado livre, que exigem maior sofisticação na estrutura para gerenciamento do consumo, alavancando a demanda por empresas que desejam encontrar soluções que otimizem suas operações e finanças.
No ano passado, a Viridis, empresa especializada nesse tipo de serviço, passou a atuar também no setor de saneamento como aliada da AEGEA, gerenciando e monitorando o consumo energético da companhia, que controla ativos de saneamento através de suas concessionárias em diversos estados do país, respondendo por mais de 5,4 milhões de pessoas.
A necessidade da gestão nesse caso se justifica pelos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário da holding, que têm como principal insumo a energia elétrica. Em geral, os custos com esse processo representam o segundo maior componente na folha das empresas do segmento, com 20% do custo total em média. Assim sendo, contar com informações confiáveis e capacidade analítica para a gestão energética são fatores imprescindíveis para a efetividade de qualquer esforço.
As características dessa operação, com grande dispersão geográfica, também demandam por uma estrutura de concentração de dados e indicadores mais robustos, permitindo assim que os projetos sejam rastreáveis e replicáveis. O especialista em eficiência e tecnologia da AEGEA Saneamento, Emerson Rocha justificou a escolha por um sistema integrado através do foco da empresa: “a ideia é ampliar a confiabilidade e padronizar os processos de gestão dos dados energéticos, assim como prover uma ferramenta ágil e que permita aumentar a quantidade de projetos de sucesso com foco em eficiência energética”.
De acordo com a Viridis, a atuação do sistema acontece de forma conjunta em todas as fases do ciclo de gestão e utilidades, permitindo uma visão macro e completa de todo o processo de consumo, geração e emissões, com a integração ocorrendo em diferentes âmbitos, não só com a energia elétrica.
“Para quem usa ou tem matriz energética mais complexa, o sistema faz a gestão interligada de todos esses vetores. Há clientes que utilizam só para eletricidade assim como há quem tenha mais de 50 elementos em sua matriz, sendo a energia elétrica apenas mais um”, explicou o CEO da Viridis, Thiago Maia.
Na sua visão é uma tendência eliminar a ideia de “equipes segregadas e os sistemas desintegrados e que não se conversavam”. Ele cita diversos exemplos da utilização da integração das coberturas, como comercializadores de energia, a área de gestão de utilidades, produção e manutenção, indicando também a margem de reduções diretas em 10% dos custos de toda a matriz, podendo chegar até 15%.
O escopo do projeto de implantação na AEGEA foi desenhado para que o mesmo atenda às necessidades de controle de custos de energia (auditoria de faturas e contratos), automatização e padronização do processo orçamentário, além de atuar como concentrador de medições de campo e gerenciador de indicadores de eficiência da operação.
Além da parte financeira há também a questão da eficiência energética, com monitoramento em tempo real do consumo e o uso da inteligência artificial para descobrir novos padrões de eficiência e definir o uso por exemplo de alarmes ou equipamentos para paralisações programadas.
“É uma característica forte nossa ultrapassar os limites clássicos, a famosa distância do chão de fábrica da gestão corporativa, ou a pirâmide da ISA, muito comentada no meio industrial. Nós passamos por cima desses paradigmas”, comentou o executivo, complementando: “Tudo o que toca a energia nós fazemos, desde a amostragem em tempo real de um medidor até a gestão dos processos orçamentários”, definiu.
Os números do relatório divulgado pela AEGEA Saneamento em 2017 apontaram que os ganhos com o projeto foram de 55% na receita liquida e 8,9% na redução do consumo unitário de energia.
Mercado em crescimento
O tema energia é significativo para que diferentes corporações invistam nessas ferramentas de gestão integrada, planejamento e eficiência. Hoje, além da questão da eficiência, há opções de contratação que antes não existiam, como o próprio mercado livre, que tende a se complexar cada vez mais com diferentes opções, como o futuro PLD horário.
“Existe um boom de interesse sobre o tema de gestão de energia como nunca tivemos antes. Antes era somente um valor cativo que se pagava e pronto. Hoje a questão demanda mais estrutura e as empresas estão indo atrás disso”, comentou Thiago Maia.
Além do caso da AEGEA, a Viridis atua em diversos segmentos, como mineração, agroindústria, químico, entre outros. Um dos exemplos mais pertinentes é do setor siderúrgico, onde os sistemas começaram a ser empregados em instituições de grande porte, como a Vallourec e a Gerdau, que também geram a própria energia e tem a sua gestão realizada pela empresa, tanto do lado técnico quanto financeiro dos processos.
Há também os chamados “clientes distribuídos”, que se caracterizam por possuir pouco consumo, mas uma grande quantidade de sites. “No caso da AEGEA até tratamos como um caso híbrido, por possuírem 2 mil unidades consumidoras com características de operações industriais, com amostragem em tempo real para maior eficiência”, declarou o CEO.
Maia prevê mais crescimento para esse tipo de negócio, assim como a demanda e procura de empresas pela ferramenta, não só para gerenciar a complexidade trazida pelo mercado, mas como forma também de reduzir seus custos e melhorar as margens.
Ele revelou ainda que a ideia com a criação da tecnologia era ganhar mercado nacional para depois levar projetos para fora, como já tem se discutido com clientes do mundo todo. “É um momento sem dúvida muito interessante. Estamos vendo todos os segmentos, até o setor público buscando esses sistemas”, contou.