A agência de classificação de risco Fitch Ratings atribuiu o Rating Nacional de Longo Prazo ‘AA(exp)(bra)’ com Perspectiva Estável à proposta de segunda emissão de debêntures da TP Sul. A transação terá um valor total de R$ 125 milhões, a ser pago em série única e com vencimento para 2030.
O rating reflete a relativamente baixa complexidade da operação, da manutenção e dos investimentos ao longo da vida do ativo, aliados à natureza estável e previsível das receitas, baseadas em disponibilidade. Os Índices de Cobertura do Serviço da Dívida (Debt Service Coverage Ratios – DSCRs) mínimo (que ocorre em 2023) e médio no cenário de rating da Fitch — de 1,19 vez e 1,26 vez, respectivamente, oferecem flexibilidade de custo relativamente confortável. De 2019 a 2030, os DSCRs devem ficar abaixo de 1,30 vez, sendo condizentes com um rating ‘AA(bra)’. O projeto também beneficia-se de breakeven de custos operacionais de 220,6%, o que, em um contexto de Realistic Outside Cost (ROC) de 10,0%, resulta em um múltiplo de ROC de 20,1 vezes.
O projeto firmou um contrato, à base de disponibilidade, com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que estabelece dedução máxima de 12,5% da Receita Anual Permitida (RAP). O risco de contraparte é mitigado pelo rateio entre as empresas de geração e distribuição de energia no sistema, o que pressupõe, portanto, elevada diversificação. A agência considera este fato positivo para o projeto, dado que ele conta com financiamento atrelado à Taxa de Juros de Longo Prazo
As operações da TP Sul tiveram início em agosto de 2016 e atingiram 100% de sua capacidade no fim de janeiro de 2018, 38 meses após o previsto. O atraso resultou em penalidades de até 12,5% da RAP nas projeções de fluxo de caixa. Independentemente, as garantias não solidárias cobrem 100% da dívida até que o completion financeiro seja atingido, o que inclui operação completa e DSCRs acima de 1,20 vez por ao menos 12 meses.
Para a agência o cenário-base assume inflação de 3,8% em 2018, 4,3% em 2019, 4,0% em 2020 e 4,3% a partir de 2021. Além disso, considera uma disponibilidade de 98,5% ao longo do ciclo do projeto e custos e despesas administrativas de R$ 12 milhões por ano a partir de 2018.