A Engie e o Grupo BC Energia anunciaram nesta terça-feira, 24 de julho, a implantação de um projeto de usina híbrida ‘solar-hídrica’ no município de Caiapônia, sudoeste goiano, a 318 km de Goiânia. A usina hibrida será instalada no complexo Rio Bonito, de propriedade do Grupo BC Energia, que já conta com duas CGHs Rio Bonito I e II, com potência total instalada de 1.900 kVA. O projeto da usina fotovoltaica que será agregada ao complexo de geração hidrelétrica foi desenvolvido pela Engie e tem conclusão prevista para início de 2019.

O empreendimento é o maior sistema de geração híbrida do estado de Goiás e um dos maiores do Brasil em volume de energia a ser injetado na rede, na modalidade de compensação. As plantas de geração do complexo foram locadas por três grandes grupos de varejo regionais que passaram a gerar sua própria energia. Serão 142 unidades consumidoras – ou o equivalente a 20% das atuais unidades de Geração Distribuída de Goiás – que passarão a desfrutar da autoprodução. De acordo com Rodrigo Kimura, diretor de Operações da Engie Geração Solar Distribuída, os clientes da usina híbrida terão o benefício financeiro da geração própria e ainda colaboram com o meio ambiente produzindo e consumindo energia descarbonizada e renovável.

Serão 3.780 módulos solares situados em uma área de 14 mil metros quadrados ao lado da usina hidrelétrica com potência inicialmente contratada de 1,25 MW. Segundo Carlos Cunha, vice-presidente do Grupo BC Energia, o projeto já está sendo ampliando para 1,5 MW e, com a otimização dos sistemas, irá gerar um total de 11 mil MWh/ano, sendo 8 mil MWh/ano de fonte hídrica e 3 mil MWh/ano de fonte solar fotovoltaica. O investimento previsto é de R$ 16 milhões, sendo R$ 4,3 milhões na parte solar e, quando estiver em funcionamento, o complexo solar-hídrico deverá produzir energia suficiente para abastecer uma cidade com 33 mil residências.

A BC Renováveis, responsável pelos ativos de geração do grupo BC Energia, procurou a Engie para realizar o empreendimento no modelo turnkey pela relevância e solidez da empresa no setor de geração de energias renováveis. Ao mesclar a geração solar fotovoltaica, que é intermitente, com a geração hídrica, a usina híbrida consegue manter uma regularidade de geração ao longo do ano, pois nos períodos secos, em que as Centrais Geradoras Hidrelétricas têm uma redução significativa, a unidade solar consegue manter a média de energia elétrica injetada na rede da distribuidora.

Ainda segundo Cunha, o conceito de sistemas híbridos pode viabilizar economicamente muitos projetos de geração distribuída. Ele acredita que ter uma fonte que seja complementar à solar e que ofereça um volume de energia injetada em horários nos quais a rede está sofrendo uma demanda maior, no caso à noite, será benéfico ao sistema.