A modelagem para a venda da Cepisa, que ocorreu nesta quinta-feira, 26 de julho, na sede da B3 em São Paulo, foi inédita em uma venda de distribuidora. A Equatorial apresentou um lance único que representava um índice a ser incluído na fórmula do edital. Os 119 representaram na prática a disposição da empresa em abrir mão de uma flexibilização tarifária imposta pela Aneel à distribuidora privatizada um ano e meio atrás mais uma bonificação da outorga mínima pela concessionária.

O valor total que a empresa terá que desembolsar é de R$ 720 milhões referentes a um aporte de capital previsto no edital mais reduzir a tarifa ao consumidor em 8,52%, índice de reajuste aplicado pela Agência Nacional de Energia Elétrica por conta dessa flexibilização concedida em 2017 em decorrência de um desequilíbrio na distribuidora àquela época, representado pelos 100 do índice indicado no lance.

Já os 19 adicionas levaram a empresa ao pagamento de R$ 95 milhões de outorga pela concessão. O diretor geral da Aneel, Romeu Rufino, explicou que a redução da tarifa já será aplicada aos consumidores em 45 dias, quando ocorre esse processo para a distribuidora piauiense.

Além disso, lembrou o presidente da Equatorial, Augusto Miranda, há ainda os R$ 45 mil por 90% da empresa, mais R$ 5 mil restantes que será a parcela destinada aos empregados. Dependendo do nível de interesse dessa categoria, a Equatorial completará o valor até chegar aos R$ 50 mil estabelecidos como valor pela aquisição da distribuidora.
A empresa, destacou o executivo, afirmou que há sinergias com as demais concessionárias do grupo, a Cemar e Celpa, mas preferiu não revelar de imediato esse montante. Ele ressaltou a perspectiva de que a companhia aplicará seu modelo de gestão na distribuidora recém adquirida e estima que os resultados podem ser obtidos com mais facilidade nessa nova fronteira de atuação por conta das característica geográficas do Piauí, classificadas por ele como menos complicadas quando comparadas às do Maranhão, exemplificou.
“Na Cemar havia ceticismo se seria possível e hoje a empresa é uma das melhores do Brasil, o mesmo aconteceu com a Celpa, era uma das piores e hoje um modelo de sucesso no país”, comentou Miranda. “No leste do Maranhão a Cepisa já atuava, e com isso vai permitir que tenhamos um ganho muito grande em sinergia. Esse ativo é a nossa cara e terá nosso jeito de gerir”, discursou.