A Eletronuclear espera obter um adiamento do pagamento da dívida da usina de Angra 3 com a holding Eletrobras. De acordo com Roberto Travassos, assessor especial da diretoria técnica da empresa, que participou nesta quarta-feira, 26 de julho, do Seminário Internacional de Energia Nuclear 2018, há a expectativa de que um waiver seja apreciado pela controladora nos próximos dias. Isso faria com que houvesse um alívio de cerca de R$ 16 milhões nas despesas com dívida da estatal, já que ela pagaria apenas os juros da dívida, de R$ 7 milhões.

Segundo o assessor da Eletronuclear, o perfil de pagamento mensal da dívida é R$ 30,9 milhões para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, R$ 25 milhões para a Caixa Econômica Federal, R$ 22,3 milhões para a Eletrobras e uma parcela de R$ 9,7 milhões para a RGR. Sem fôlego financeiro para continuar honrando a dívida, ela vem fazendo gestões junto aos credores para conseguir uma renegociação da dívida. O presidente da Eletronuclear, Leeonam Guimarães, já havia dito no dia anterior do evento que o reperfilamento da dívida de Angra 3, além da revisão da tarifa, são cruciais para a empresa.

Travassos reforçou que a continuidade da usina é importante para o desenvolvimento das atividades nucleares brasileiras. A Eletronuclear busca um sócio privado para o projeto, que poderá vir de várias formas, desde um agente específico para a usina ou mesmo um sócio que entre nas três usinas nucleares. Players estrangeiros como a Rosatom, Spic e CNNC já demonstraram disposição para ser esse sócio. A data de julho de 2020 vem sendo adotada como prazo de retomada dos trabalhos no canteiro da usina.