Olá, esse é um conteúdo exclusivo destinado aos nossos assinantes
Cadastre-se GRATUITAMENTE ou faça seu LOGIN e tenha acesso:
Até 5 conteúdos
fechados por mês
Ficar por dentro dos cursos e
eventos do CanalEnergia
Receber nossas newsletters e
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
Notícias abertas CanalEnergia
ou
Já sou cadastrado,
Na próxima segunda-feira, 2 de agosto, começará uma das últimas etapas da primeira fase do processo de modernização do complexo Jupiá-Ilha Solteira: o transporte de uma turbina francis de 172 MW recuperada na fábrica da Andritz em Araraquara (SP) para a maior UHE que a CTG Brasil opera depois de Três Gargantas, na China. Serão cerca de 400 quilômetros via terrestre, uma viagem que deve durar cinco dias para que a peça única de grandes dimensões possa chegar à usina de Ilha Solteira, e assim, até o final de outubro, voltar à operação comercial. Antes, outras três unidades de geração já deverão ter retornado à condição operacional depois de uma reforma quase geral para que estejam em condições semelhantes à encontrada em novas usinas.
Essa primeira fase é apenas o início de um processo que deverá durar entre oito e 10 anos e consumir investimentos da ordem de R$ 3 bilhões, cuja meta é a de modernizar as 34 unidades das duas usinas em diferentes níveis de intervenção. O complexo possui quase 5 GW de capacidade instalada e operam há 49 e 45 anos, respectivamente. O contrato fechado com a Voith para as quatro primeiras unidades de geração foi de R$ 300 milhões e teve que ser adiantado ante o que a empresa esperava em função das condições em que se encontravam alguns dos equipamentos.
O diretor de O&M da empresa, César Teodoro, classificou como crítica a situação dessas quatro primeiras unidades, tanto que tiveram que antecipar as atividades de recuperação que já estavam previstas quando assumiram as centrais como a troca de todos os comandos que eram analógicos por digitais. “A gestão da manutenção da Cesp foi feita de acordo com a estratégia deles, que era a de não renovar as concessões segundo a MP 579. As usinas estavam operando, mas havia sim um alto grau de risco”, classificou.

Casa de Força da UHE Jupiá com 2 UG em reforma

 A decisão foi tomada após uma série de quatro falhas em um dos geradores nos seis primeiros meses de operação da CTG Brasil. Essas falhas foram de menor porte e ocorreram três vezes quando em operação comercial e uma ainda quando realizavam testes de comissionamento para a retomada da máquina. Então, em uma análise emergencial identificaram as quatro unidades que mais precisavam de reformas – duas em cada usina – e fecharam o pacote em um processo licitatório que contou com a participação de grupos nacionais apenas, para agilizar o processo. Além da vencedora Voith, a GE-Alstom e Andritz participaram da disputa.
Esta última foi posteriormente contratada por meio de um aditivo para recuperar a turbina francis em uma ação que não estava prevista anteriormente e que atrasou o processo em dois meses pela necessidade de recuperar as pás que sofreram com um tipo de erosão chamado de cavitação. O projeto em execução chegou à reta final e a perspectiva é de recolocar todas as quatro unidades em operação comercial até outubro, depois de 10 meses de trabalho, quase todo feito nas usinas.
Equipamentos analógicos que serão substituídos na UHE Ilha Solteira
A segunda fase já foi licitada e começará em setembro. Desta vez, engloba oito unidades de geração, investimentos de R$ 700 milhões e três frentes de atuação. A primeira é semelhante ao realizado atualmente, a segunda envolve todo um novo pacote de automação e centro de operação e, para encerrar, um pacote de troca de todos os transformadores de Ilha Solteira mais a compra de quatro reservas junto à WEG, dois adicionais para cada UHE. Faltam 17 desses equipamentos a serem entregues atualmente.

O primeiro pacote será executado por um consórcio internacional liderado pela GE em parceria com a Power China e Harbin. Envolve a recuperação e modernização de oito unidades de geração e seus equipamentos, bem como a parte eletromecânica dos vertedouros das usinas. O segundo ficou a cargo da Sepco1 que instalará na UHE Ilha Solteira o centro de operação de todas as usinas da CTG Brasil, em um espaço onde hoje existe apenas o centro de controle dessa usina. Inclusive, a geradora prevê a instalação de um outro centro de controle em Jupiá. Até hoje essa usina não possui um, sendo que o monitoramento das UGs é feito manualmente pelos funcionários em cada uma das unidades.

 A meta é de ter neste centro condições de operar à distância todos os ativos em que é a operadora. Naqueles em que possui participação como investidora, basicamente as UHEs São Manoel, Cachoeira Caldeirão e Santo Antônio do Jari, e parques eólicos da EDP, a CTG Brasil terá a capacidade de supervisionar os equipamentos em operação, cujos dados de operação são de responsabilidade da EDP.  Nesse processo, explicou o diretor de Engenharia e Capex da CTG Brasil, Jorge Okawa a empresa atua de forma cuidadosa para que o projeto de modernização seja executado considerando todas as normas e procedimentos regulatórios para que a ação não impacte no SIN. Quanto à infraestrutura de comunicação a empresa utilizará o sistema Scada, que necessitará de pequenos ajustes nas usinas que eram da Duke.
“As condições desta segunda fase estavam mais favoráveis, pois tínhamos mais tempo para uma chamada internacional e estimular a competividade dos grupos que participaram, diferente da primeira que teve de ser adiantada em função da condição crítica em que as unidades escolhidas estavam”, explicou Teodoro. A CTG Brasil já mapeou e espera iniciar as atividades da terceira fase apenas em 2021, quando estiver próxima da finalização dessa segunda tranche.
Trabalhadores realizam reforma de uma UG na UHE Jupiá

Ao final desses 10 anos a CTG Brasil quer resolver um problema existente, a falta de padrão das máquinas, o que facilita a operação dos ativos. Assim, uma vantagem esperada é a de alcançar mais facilidade na hora da manutenção, maior previsibilidade e disponibilidade de componentes. Outro ponto de destaque é a alteração do escopo da manutenção de uma posição corretiva como era no passado para a preditiva e assim minimizar o tempo de paradas.

“Antes a manutenção atuava mais com correção de erros e menos planejamento, queremos inverter essa logica para mais planejamento e menos correções”, definiu Teodoro.
Das 34 UGs das duas usinas o trabalho mais extenso deverá ser feito em 22, enquanto as outras já tiveram alguma ação da Cesp no passado. O objetivo com a modernização é obter mais eficiência operacional na produção de energia.
*O repórter viajou a convite da CTG Brasil
(Nota da redação: Matéria alterada às 14h30 do dia 1o. de agosto de 2018 para correção de informações)