A energia natural afluente continua pressionando os reservatórios em todos os submercados. A perspectiva de vazões para o mês de agosto estão abaixo da média de 88 anos e com isso o custo de operação segue a sua trajetória de alta e já coloca usinas térmicas a óleo em operação dentro da ordem de mérito em todo o país. O valor médio do custo marginal de operação foi fixado em R$ 763,77/MWh o que levou cerca de 2,5 GW em geração térmica a óleo combustível e óleo diesel a ser despachado segundo comando do Operador Nacional do Sistema Elétrico.
Com a redução das afluências, o custo subiu e está equalizado em todo o país. No patamar de carga pesado e médio está em R$ 770,47/MWh enquanto no leve o valor para a semana operativa que se inicia neste sábado, 28 de julho, está em R$ 752,03/MWh.
O despacho térmico manteve a curva ascendente e chegou a 13.779 MW médios, com o maior número de térmicas a óleo sendo incluídas no despacho semanal no submercado Nordeste. Desse valor total, 10.205 MW médios são por ordem de mérito e os 3.574 MW médios restantes por inflexibilidade.
Da semana passada para esta foram adicionadas 12 usinas que se utilizam desse combustível por conta do aumento do custo de operação. Outras 11 a diesel poderiam ser acionadas caso estivessem disponíveis, mas seu volume de energia não representaria grande acréscimo por terem capacidade instalada entre 13 e 15 MW cada.
A projeção de carga para o fechamento de agosto está incialmente estimada em 3%, resultado de expansão de 4,6% no Sudeste/Centro Oeste, de 2,1% no Sul, 1,6% no NE e queda de 3,3% no Norte.
Ao mesmo tempo, a projeção apresentada na reunião do Programa Mensal de Operação para agosto da ENA ficou bem abaixo do normal para o histórico dos 88 anos. São esperados 68% da média de longo termo no SE/CO e no Sul. No Norte é estimada vazão de 79% e no NE a previsão é de que o próximo mês alcance o segundo pior volume para o período em todo esse histórico com 37% da MLT.
Mas não é apenas no NE que o cenário inspira preocupação. Se as previsões do ONS se confirmarem no final de agosto, o volume projetado no SE/CO representará o 4o. menor volume dessa série. Ainda mais se considerar que esta região responde pela maior parte da capacidade de armazenamento do país. Para a bacia do Grande é esperado 45% da MLT, no Paranaíba, 58%, no Tietê 66%, 63% para o Paranapanema e no Paraná 77% da média.
A estimativa de armazenamento continua na fase decrescente. O ritmo de deplecionamento é visto, como esperado, em todo o país. O volume esperado para o final de agosto no SE/CO é de 28,1% ante os 34,9% que são utilizados como referência ao final de julho. No sul a retração é de 4,4 pontos porcentuais, para 45,5% da capacidade total. No NE chegará a 30,4% ante 35,3% iniciais e no Norte passa de 67,6% para 61,3%.
Será feita a importação de energia do Uruguai ao volume de 140 MW médios na carga méedia e de 450 MW médios na leve.