A projeção do impacto financeiro do déficit hidrológico saltou de R$ 29 bilhões para R$ 39 bilhões para 2018, indicando que a situação da geração hidrelétrica se tornou ainda mais crítica. A informação é da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e trata-se de uma comparação entre os dados do InfoPLD de julho com os do InfoPLD de agosto, este divulgado nesta segunda-feira, 30 de julho.

A divisão por ambiente de contratação sinaliza para um potencial impacto de R$ 27 bilhões no mercado regulado e R$ 13 bilhões no mercado livre, contra R$ 19 bilhões e R$ 10 milhões da previsão anterior, respectivamente.

A projeção do impacto financeiro do GSF considera um cenário hipotético de 100% de contratação da garantia física das hidrelétricas.

A expectativa para o fator de ajuste do Mecanismos de Realocação de Energia (MRE), em 2018, foi revista para 81%, com índices em 61,2% para julho e 56,3% para agosto. Quando a projeção do MRE é ligada à repactuação do risco hidrológico, que considera a sazonalização “flat” da garantia física, aponta índices de 67,5% e 66,1%, respectivamente.

Contribui para o crescimento do impacto do GSF o aumento da projeção do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), impactado pela piora nas afluências e pelo atraso na entrada em operação de três unidades geradoras da hidrelétrica de Belo Monte (PA- 11.233 MW). A CCEE estima que o PLD médio anual do Sudeste/Centro-Oeste será de R$ 338/MWh, contra R$ 286/MWh projetado no início de julho. A variação representa um aumento de R$ 18,60%.

As projeções de afluências para agosto indicam chuvas abaixo da média história para todos os submercados, ficando assim: 68% (SE/CO); 66% (Sul); 37% (NE); e 79% (Norte). No dia 29 de julho, o nível de energia armazenada por reservatório equivalente era: 34,9% (SE/CO); 50% (Sul); 35,2% (NE); e 67,4% (N).

Em janeiro, a CCEE estimava o impacto financeiro do déficit de geração hidrelétrica em R$ 10 bilhões para 2018 (ACR: R$ 7 bi / ACL: R$ 3 bi) e PLD médio anual do Sudeste de R$ 190/MWh.