A agência de classificação de risco Moody’s publicou o relatório de crédito da Eletropaulo, que passará a contar com um aumento de capital de R$ 1,5 bilhão de sua nova controladora, a Enel Brasil, que irá bancar o plano de investimentos para 2018 e reforçar o capital de giro da empresa, assim como cumprir com as obrigações de curto prazo.

A Moody’s espera um fortalecimento adicional da estrutura de dívida/capitalização da companhia para reduzir a alavancagem, o que é um crédito positivo. Além disso, a transação reforça a compreensão do apoio da Enel como acionista majoritário, com forte compromisso em melhorar as operações da empresa.

O aumento de capital foi realizado através da capitalização de instrumentos de adiantamento entre Enel e Eletropaulo, em R$ 45,22 por ação, o mesmo preço pago pela italiana no leilão realizado em junho de 2018. Os acionistas minoritários podem exercer preferência direitos até 30 dias após 1º de agosto de 2018, quando o processo de assinatura será finalizado.

A injeção de capital, combinada com melhores volumes de vendas e a recente tarifa anual reajustada a 15,8%, apoiará ainda mais os indicadores de crédito e liquidez da empresa. A alavancagem do projeto, medida por dívida/capitalização será em torno de 70% para os próximos meses, em comparação com a média de 80% dos últimos três anos.

Na visão da agência, até 2019, os maiores investimentos de capital ajudarão a melhorar a qualidade do serviço da distribuidora paulista, atualizando sua rede e evitando perdas. A expectativa é para uma despesa média de R$ 1 bilhão por ano em 2018 e 2019, incorporando a orientação da Enel de investimentos adicionais para melhorar as operações. A projeção da Moody’s ainda não incorpora potenciais sinergias e melhorias de margem, já que a concessionária torna-se parte do grupo Enel, ainda que possa melhorar sua estrutura de custos e a geração de EBITDA.

No futuro, a Eletropaulo terá um menor free float de ações, que atualmente está cerca de 5%, ante 48% antes da aquisição. Isso poderia excluir a empresa de o Novo Mercado, na bolsa de valores B3, porque a mesma requer um mínimo de 25% de free float nesse segmento. No entanto, espera-se que a Enel mantenha uma estrutura de governança corporativa de alto nível alinhada com práticas para outras subsidiárias e com contínua integração e sinergias.

Nos últimos 12 meses até março de 2018, a empresa teve receita líquida (excluindo receita de construção) de R$ 12,5 bilhões e EBITDA de R$ 1,7 bilhões, de acordo com nossos ajustes padrão. Além disso, a cobertura de juros foi de 3,3x e o índice de fluxo de caixa de operações de pré-capital a dívida foi de 16% para o mesmo período.