O governo do estado do Tocantins apresentou oficialmente seu Atlas Solarimétrico nesta terça-feira, 31 de julho, em evento realizado na sede do governo, em Palmas. De acordo com o estudo realizado ao longo de um ano e desenvolvidos pelo consórcio ganhador da licitação, formado pelas empresas internacionais Nixus, IrSOLaV e STA, todo o estado pode ser alvo da geração solar, com irradiação 3 vezes mais elevada do que na Alemanha ou o equivalente ao encontrado em regiões de deserto, como na Arábia Saudita ou a cidade de Dubai. Inclusive, pode ser aplicada a tecnologia solar concentrada, a CSP.
Segundo o mapa, a região sudeste do estado é a que apresenta o maior potencial de geração solar. Justamente nessa região está a divisa com a região da Bahia onde se concentra o maior potencial daquele estado. Ainda nesse polo estão as divisas geográficas do Tocantins com o Maranhão e o Piauí. Nessa região do estado está localizado o maior potencial, representado pelo vermelho mais escuro da escala utilizada pelo consórcio responsável pelo estudo.
Contudo, todo o estado é apontado como favorável à solar. Metade do Tocantins possui potencial teórico de 1.825 kWh por metro quadrado ao ano. No Norte um pouco menos por conta da proximidade com a floresta Amazônia, e portanto, mais suscetível às variações sazonais, como a maior incidência de chuvas. No sudeste do estado essa variação de irradiação é menor. Enquanto no norte a variação chega a 13% no sudeste essa alteração em base anual está em algo próximo de 1% a 2%.
De acordo com o governo estadual, esse é um documento que representa um passo rumo à diversificação de sua matriz e atende ao compromisso firmado com o fórum estadual de políticas públicas para o uso de solar em áreas urbanas e rurais. A meta é a de chegar em 2030 com 20% da energia produzida e consumida no estado seja de origem da fonte solar.
O secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do estado, Leonardo Cintra, comentou que os resultados apesentados mostram que Tocantins possui um grande potencial de crescimento nessa modalidade de geração. Com o atlas, continuou, o estado poderá subsidiar a criação de leis, projetos e incentivos.
“Nosso potencial é, em média, três vezes maior quando comparado a grandes países, como a Alemanha ou Espanha. O mercado do Tocantins é muito aberto, grande e temos o fator sol e espaço disponíveis”, discursou o secretário. “Com isso, vemos que poderemos subir no ranking nacional da energia solar no país onde estamos em 20º lugar e podemos chegar ao top cinco dos estados brasileiros”, acrescentou.
A ordem de serviço para o início dos trabalhos foi assinada pela secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos e contou com investimentos de R$ 870 mil. O objetivo desse atlas é o de fornecer uma base de dados sólida para impulsionar investimentos no estado. Os recursos para o atlas foram viabilizados por convênio firmado com o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento, além de financiamento do Projeto de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável do Tocantins.
Esse mapeamento vem na esteira de um programa estadual de incentivo à geração e ao uso de energia solar, o Prosolar. A lei que criou o programa trouxe incentivos, como o que concede isenção de impostos na compra de equipamentos para empresas que vão se instalar no estado e o que isenta de ICMS a operação de compensação de energia da geração distribuída.
O Prosolar também determina que o estado tenha a responsabilidade de agir como indutor na aplicação de energias renováveis. Essa indução poderia vir na instalação de sistemas nos equipamentos públicos, como escolas e hospitais.
Desde que foram iniciados os estudos para o atlas do estado a região viu o aumento exponencial da solar fotovoltaica. Atualmente o estado possui um projeto de geração centralizada com 89 MW de capacidade instalada viabilizado no último leilão A-4 de energia nova da Agência Nacional de Energia Elétrica. Por sua vez, GD cresceu pouco mais de 3 vezes nesse período. O estado possui ao fechamento deste mês 1,2 MW em sistemas instalados ante os 370 kW no mesmo período de 2017.
*O repórter viajou a convite da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do TO